José, O Grande Servo. Juan Moisés De La SernaЧитать онлайн книгу.
o pegou, examinou e viu que era muito especial e disse:
- Creio que conheço este cajado pois se parece com um que vi há muitos anos. Era de um homem que também encontrei no caminho e se me lembro corretamente me disse algo sobre uma carpintaria. Eu era um menino naquela época, mas me lembro do cajado pois eu o peguei para entregá-lo e assim pude ver que era igual a este. Ele tinha gravado os nomes dos nossos antepassados e isso me surpreendeu muito. Veja José, aqui tem vários gravados que vão até Davi e depois vários que chegam a um que diz O MESSIAS e depois tem vários outros e no final coloca uma linha e nada mais. E isso é muito estranho, pois as pessoas que descendem de Davi e que estão gravadas até aqui onde diz MESSIAS, são todas da mesma linhagem que foi esculpida no cajado.
O pai mostrou ao seu filho e os outros também conseguiram ver. O pai continuou dizendo:
- Aqui diz como cada um morre e aqui diz quantos anos tinham. E onde diz MESSIAS, tem a palavra crucificado e, por último, ao lado da palavra MESSIAS tem uma seta apontando na direção oposta e isso não compreendo – e ele continuou – mas são os sacerdotes do tempo que saberão ler isso, pois isso - e apontou para o cajado – é a maneira como as informações eram transmitidas dos pais aos seus filhos. E o maior tesouro que era transmitido era um cajado que tivesse gravado todos seus antepassados e aqueles que eram da casa real tinham um cajado especial, de uma madeira que segundo diziam tinha grandes poderes para aquele que o tivesse.
E enquanto José ouvia seu pai, lembrava de tudo que que o velho tinha dito sobre o cajado sendo especial. E todos compreenderam que o cajado tinha um grande valor e exclamaram:
- Que sorte! – e foram embora invejando a sorte que seu companheiro teve.
José ficou a tarde inteira meditando e no dia seguinte apresentou-se no templo procurando um sacerdote entre aqueles que ensinavam a doutrina deixada por Abraão. E que, como seus irmãos, os mulçumanos das areias, receberam a responsabilidade de instruir a todos que passassem pelas suas cidades.
Para este fim, nasceu em Israel uma casta especial de sacerdotes que se dedicavam a ensinar e responder a todos aqueles que queriam saber. José foi até um deles e apresentou-se. Pegando o cajado, o sacerdote o estudou como não conhecia bem todos os símbolos, chamou alguém que era considerado o sacerdote entre os sacerdotes. E o mesmo aconteceu com ele, pois disse:
- É um cajado especial e deve ser muito valioso por causa da maneira como foi esculpido. Sua madeira deve ter mais de dez mil anos e, no entanto, parece nova e sem nenhum arranhão. Ele disse a José: Deixe-o no Templo para que possamos estudá-lo e assim aprender com ele.
- Não é meu. Foi deixado comigo e em alguns dias tenho de devolvê-lo – respondeu José.
- É um homem velho? – perguntou o sacerdote.
Surpreso, José respondeu que sim e o sacerdote disse:
- Dizem que uma vez na vida de cada um dos descendentes diretos de Davi aparece um velho com alguns símbolos especiais. Lembro que algo semelhante foi dito ao seu pai, assim como ao pai dele antes dele, mas ninguém sabe o que o velho quer nem de onde vem. Mas é singular que ele apareça para todos os descendentes e que ninguém mais tenha mencionado algo assim – e então disse a José: - Ouça um conselho. Pergunte ao velho qual é o significado do cajado e certifique-se de que ele lhe dê uma resposta. Depois venha e nos conte o que ele disse – e permitiu que José fosse embora.
José, cada vez mais atônito, foi embora. E quando chegou em casa contou ao seu pai o que lhe disseram. Seu pai disse:
- Na verdade, eu me lembro que em determinada ocasião meu pai me contou algo assim. José, tenha cuidado pois ninguém sabe quem ele é ou se é humano pois ninguém poderia viver por tantos anos. Você precisa desconfiar. Vá até ele e com prudência, questione. E você, que por natureza é prudente e reservado, use estas habilidades pois ouvindo se aprende mais do que falando – e foi isso que seu pai disse. E ele não havia comentado com ninguém sobre a velha.
No dia seguinte, José levantou muito cedo e pegando o cajado foi ver os velhos. Com todas as confusões que aconteceram, não havia perguntado ao seu pai se ele permitiria que ele aprendesse o ofício de carpinteiro.
Quando chegou na casa, viu que o velho estava tirando água do poço e José disse para si mesmo: - É realmente surpreendente como ele se curou. Embora não compreenda muito bem, seu ferimento era tão significativo que se tivesse acontecido com qualquer outra pessoa, ela não poderia fazer mais nada pelo resto da sua vida.
E pensando nisso, aproximou-se de onde o velho estava e disse:
- Bom dia, meu senhor!
- Bom dia e louvores sejam dados ao ALTÍSSIMO, pois todos os dias ELE nos dá o céu, a terra, o sol e tudo que pode ser visto por aqui – ele respondeu.
José considerou isso adequado, mas não respondeu. Naquele momento a velha saiu e olhou para ele. Ele sentiu em seu olhar um calor igual àquele que havia sentido quando segurou sua mão. Ele ficou atordoado, mas disse:
- Bom dia!
- Louvado seja! Mas me diga seu nome que ainda não sei e também se você comeu esta manhã pois como acordou muito cedo provavelmente não o fez – respondeu à velha.
- Não, eu realmente não me lembrei de comer – respondeu o menino e depois disse seu nome. E ela olhando atentamente sorriu para ele.
José foi convidado a entrar na casa e quando o fez ,viu que o interior havia mudado. Havia uma mesa e algumas banquetas. Ele não tinha visto nada disso antes e também havia um fogo onde fazer bolos. Os bolos já estavam prontos e havia mel e leite. Ele não se lembrava de ter visto nenhuma cabra ou ovelha. Ele observou tudo, mas não disse nada e aguardou. O velho aproximou-se com o balde e quando o viu, ficou corado de vergonha e disse:
- Meu senhor, perdoe-me! Ao obedecer a sua mulher me esqueci de ajudá-lo.
Mas o velho, que carregava o balde cheio de água com uma mão como se fosse algo leve, respondeu:
- Não se preocupe. Quando se é jovem e alguém fala sobre comer, você se esquece de tudo. Mas antes que você coma, vou lhe dizer algo e se você concordar, poderá fazê-lo. Tudo que se come nesta casa não é comida deste momento e faltará em outro quando chegar a hora e será você quem sentirá sua falta pois já deve ter percebido que o fato do meu nome ser igual ao seu não é uma coincidência. Nós somos o homem e a mulher que um dia serão marido e algo parecido. Somos você no futuro e estamos aqui porque se não o corrigimos vamos perdê-lo e não poderá realizar uma missão para a qual foi convocado.
- Meu senhor, diga-me primeiro e depois determinarei se posso comer ou não - disse José.
- Meu nome é José e sou carpinteiro em uma cidade que se chamará Nazaré. Lá tenho isso que você vê agora - disse o velho enquanto mostrava a carpintaria.
José olhou ao redor e viu que tudo havia mudado e disse assombrado:
- Ontem parecia tudo velho e hoje tudo está em bom estado!
- Bem, – disse o velho – é assim que vai estar quando você tiver a minha idade.
E naquele exato momento, o menino olhou para o velho que aparentava ter cerca de quarenta anos e mais nada e se assustou. Mas o velho disse:
- Seja prudente e ouça! Somos Servidores do ALTÍSSIMO e queremos servi-LO da maneira que ELE nos ordenar e temos uma missão que está em perigo pois quando alguém é jovem e insensato como você é, muitos erros podem ser cometidos que irão marcá-lo pelo resto da sua vida e o tornarão inútil para servir a um Senhor tão importante – e o velho, que se transformou em um homem, continuou: - o ALTÍSSIMO nos enviou para adverti-lo de que está seguindo pelo mau caminho e que se não mudar, nunca será capaz de conhecer a missão que está reservada para você.
O menino, um pouco assustado por tudo que estava ouvindo, disse:
- Por acaso isso tem algo a ver com o fato de eu não ter dito que quero trabalhar de carpinteiro?
- Isso