A Última Missão Da Sétima Cavalaria. Charley BrindleyЧитать онлайн книгу.
o Deserto de Registan.”
“Chega de conversinha,” interrompeu o sargento Alexander. Agora eles estavam abaixo de quatrocentos e cinquenta metros. “Alguém está vendo a caixa de armas?”
“Nada,” Ledbetter disse. “Não vejo em lugar nenhum.”
“Não,” Paxton disse. “Aqueles paraquedas laranjas deveriam se destacar que nem caras brancos no gueto, mas eu não estou vendo eles.”
Nenhum deles viu sinal algum da caixa de armas.
“Ok,” Alexander disse. “Mirem para aquela clareira, setenta graus ao sudoeste.”
“Certo, Sargento.”
“Estamos logo atrás de você.”
“Escutem, pessoal,” disse o Sargento Alexander. “Assim que chegarem ao chão, estourem os paraquedas e peguem seus cassetetes.”
“Uuuh, adoro quando ele fala safadezas.”
“Cala a boca, Kawalski,” ele disse. “Tenho certeza de que alguém nos viu, então estejam preparados para qualquer coisa.”
Todos os soldados planaram até a clareira e aterrissaram sem contratempos. Os três tripulantes que restaram da aeronave pousaram atrás deles.
“Esquadrão Um,” Alexander ordenou, “configurem um perímetro.”
“Entendido.”
“Archibald Ledbetter,” continuou , “você e Kawalski vão escalar aquele carvalho alto e montar um mirante, e também arrumem armas para os três tripulantes.”
“Certo, Sargento.” Ledbetter e Kawalski foram em direção aos tripulantes do C-130.
“Tudo quieto no lado leste,” Paxton disse.
“O mesmo aqui,” Joaquin completou do outro lado da clareira.
“Tudo bem,” disse Alexander. “Fiquem alertas. Quem quer que tenha nos derrubado certamente virá atrás de nós. Vamos sair dessa clareira. Estamos dando muita sopa aqui.”
“Ei, Sargento,” Kawalski sussurrou em seu microfone. “Tem duas pessoas indo na sua direção, e estão rápido.” Ele e Ledbetter estavam na metade do carvalho.
“Onde?”
“Atrás de você.”
O Sargento Alexander se virou. “É agora,” ele disse em seu microfone enquanto observava as duas pessoas. “Todo mundo fora de vista e preparem suas armas.”
“Eu não acho que eles estejam armados,” Kawalski sussurrou.
“Quieto.”
Alexander os ouviu vindo em sua direção de trás da moita. Ele se apertou contra um pinheiro e engatilhou sua Sig automática.
Um segundo depois, eles passaram correndo por ele. Eram um homem e uma mulher, desarmados, exceto por uma forquilha de madeira que a mulher carregava. Suas roupas eram apenas túnicas curtas e esfarrapadas, e eles estavam descalços.
“Não é o Talibã,” Paxton sussurrou pelo comunicador.
“Muito brancos.”
“Pra quê?”
“Muito brancos para serem paquistaneses ou indianos.”
“Eles continuam indo, Sargento,” Kawalski disse de sua posição na árvore. “Estão pulando troncos e pedras, correndo pra caramba.”
“Bem,” o Sargento disse, “eles definitivamente não estavam atrás de nós.”
“Eles nem sabem que estamos aqui.”
“Outro,” interrompeu Kawalski.
“O quê?”
“Tem outro vindo. Mesma direção. Parece uma criança.”
“Fiquem fora de vista,” o Sargento sussurrou.
A criança, um garoto de uns dez anos, passou correndo. Era muito branco e vestia o mesmo tipo de túnica curta que os outros. Ele, também, estava descalço.
“Tem mais,” disse Kawalski. “Parece uma família inteira. Estão se movendo mais devagar, trazendo algum tipo de animal.”
“Cabra,” completou Ledbetter de sua posição ao lado de Kawalski.
“Uma cabra?” Alexander perguntou.
“É.”
Alexander deu um passo e parou na frente da primeira pessoa do grupo — uma adolescente — e estendeu seu braço para pará-la. A jovem gritou e correu de volta pelo caminho de onde tinha vindo, e então desviou novamente, indo por outra direção. Uma mulher do grupo viu Alexander e também se virou para correr atrás da garota. Quando chegou o homem junto com sua cabra, Alexander apontou sua pistola Sig em seu peito.
“Podem parar por aí.”
O homem engoliu em seco, largou a corda, e saiu correndo o mais rápido que pôde. A cabra inflou o peito e tentou morder a manga de Alexander.
A última pessoa, uma garotinha, deu um olhar curioso a Alexander, pegou a corda pela ponta e levou a cabra embora, na direção que o pai dela havia ido.
“Esquisito,” Alexander sussurrou.
“Sim,” alguém disse no comunicador. “Muito esquisito.”
“Você viu o olhar deles?” Lojab perguntou.
“Sim,” a soldado Karina Ballentine respondeu. “Exceto pela garotinha, eles estavam apavorados.”
“Com a gente?”
“Não,” Alexander disse. “Eles estavam fugindo de outra coisa, e eu não pude pará-los. Eu poderia muito bem ser um índio da loja de charutos.”
“Uma imagem esculpida de vendedor de fumo nativo americano,” a soldado Lorelei Fusilier disse.
“O quê?”
“Não se pode mais dizer 'índio'.”
“Bem, merda. E que tal ‘idiota?’” Alexander disse. “Ofende alguma raça, credo, ou religião?”
“Credo e religião são a mesma coisa.”
“Não, não são,” Karina Ballentine disse. “Credo é um conjunto de crenças, e religião é a adoração de divindades.”
“Na verdade, preferimos ‘deficiente mental’ a ‘idiota.’”
“Você é deficiente de personalidade, Paxton.”
“Dá pra vocês calarem a boca!” Alexander gritou. “Eu me sinto igual a um maldito professor do jardim de infância.”
“Instrutor dos anos iniciais da infância.”
“Mentor de pessoinhas.”
“Jesus Cristo!” Alexander disse.
“Agora eu estou ofendido.”
“Tem mais vindo,” Kawalski interferiu. “Um monte, e é melhor ficar fora do caminho. Eles estão com pressa.”
Trinta pessoas passaram correndo por Alexander e os demais. Estavam todos vestidos da mesma forma; túnica simples e curta e sem sapatos. As vestimentas eram esfarrapadas e feitas de um tecido cinza e grosseiro. Algumas pessoas puxavam bois e cabras com eles. Alguns carregavam rudes ferramentas rurais, e uma mulher carregava uma panela de barro cheia de utensílios de cozinha feitos de madeira.
Alexander deu um passo a frente para agarrar um homem velho pelo braço. “Quem são vocês, e por que a pressa?”
O homem gritou e