Эротические рассказы

Mais do que uma dúvida. Sara CravenЧитать онлайн книгу.

Mais do que uma dúvida - Sara Craven


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estéril.

      «Mas essa é só a minha opinião», disse para si mesma, ao mesmo tempo que saía do quarto. O público comprava os seus romances sem mostrar as mesmas reservas.

      Miles estava à sua espera ao lado do carro. Vestia umas calças de corte perfeito, que moldavam as suas pernas, e uma camisola de gola alta de caxemira. No ombro levava um casaco desportivo.

      – Boa tarde – cumprimentou ela, timidamente.

      Ele levantou o olhar e anuiu bruscamente.

      – Tão pontual como sempre – comentou Miles, abrindo-lhe a porta do carro.

      «O que é que esperava?», pensou Chessie, enquanto apertava o cinto de segurança. Não ia fazê-lo esperar.

      Quando ele se sentou ao volante, Chessie sentiu o aroma de uma água de colónia cara.

      – Pensei que poderíamos ir ao The White Hart – declarou Miles, ao mesmo tempo que ligava o motor do carro. – Disseram-me que a comida é boa. Isto é se não te importas por ser o pub da povoação.

      – Não, não me importo – Chessie não tinha vontade de ir a um lugar mais elegante e a sua roupa também não era a apropriada para um restaurante mais elegante. – A senhora Fewston é uma boa cozinheira. Antes dela e o seu marido ficarem com o pub, ela costumava fazer comida para festas. Acho que ainda o faz.

      – Terei isso em conta no futuro. Acho que já está na hora de dar alguma festa – Miles olhou para ela de relance. – Não posso continuar a aceitar convites sem os retribuir.

      – Não… suponho que não. Silvertrees é uma boa casa para dar festas.

      – E como a minha irmã não pára de me dizer, também o é para uma família – Miles fez uma pausa. – Acho que isso deve ser uma indirecta para a convidar a ela e aos seus filhos endiabrados.

      – Não gostas de crianças?

      Miles encolheu os ombros.

      – Nunca lidei muito com crianças. Mas a verdade é que os filhos de Steffie são adoráveis, apesar dela os chamar monstros.

      «Se não fosse pela mina, Miles teria filhos», pensou Chessie. Tentou imaginá-lo como pai, mas não conseguiu.

      The White Hart era uma bonita construção de madeira que ficava nos arredores da povoação e estava sempre muito concorrida. Jim Fewston sabia de vinhos tanto como a sua esposa de cozinha e o pub estava sempre cheio. Aquela noite não era excepção e o estacionamento estava quase cheio quando chegaram.

      – Fico contente por ter reservado uma mesa – comentou Miles, enquanto estacionava o carro. – No entanto, não me parece que todos os que estão aqui tenham vindo pela comida – acrescentou, com ironia.

      Chessie seguiu o seu olhar e viu movimento dentro de um carro estacionado sob umas árvores. Viu as figuras de duas pessoas abraçadas apaixonadamente e desviou o olhar.

      – Não é o lugar apropriado – comentou ela.

      – Não, se se tratar de uma relação ilícita – Miles encolheu os ombros.

      No bar, Chessie bebeu um excelente xerez e Miles um gin tónico, enquanto examinavam o menu.

      Muitas das pessoas presentes conheciam Chessie e cumprimentaram-na cordialmente, no entanto, alguns lançaram-lhe olhares interrogatórios ao vê-la na companhia de Miles.

      Chessie escolheu sopa de agriões e um guisado de faisão; Miles optou pelo patê e pelo bife com molho de cerveja e ostras.

      – O que se costuma perguntar nestes casos é… «Costumas vir aqui com frequência?» – comentou Miles, trocista, quando a empregada se foi embora. – Mas como sei que isso não é verdade, que tema sugeres para a conversa?

      – Não sei. Há muito tempo que não vou jantar fora.

      – Nesse caso, suponho que vai ser um serão um tanto silencioso – declarou ele, a sorrir.

      – Estou habituada ao silêncio – replicou ela, devolvendo-lhe o sorriso. – Jenny passa a maior parte do tempo no quarto a estudar, por isso… estou habituada a estar sozinha.

      – Muita gente considera a solidão um luxo – comentou Miles. – No entanto, não acho que seja um bom estilo de vida. Diz-me, o que é que a tua irmã quer fazer quando acabar o liceu?

      – Gostaria de estudar Ciências Naturais, mas não me parece que saiba bem o que é que quer fazer. Bom, ainda é cedo e não precisa de tomar nenhuma decisão definitiva.

      Chessie reclinou-se contra o confortável respaldo da cadeira estofada e acrescentou:

      – A mim custou-me muito fazer o bacharelato, mas Jenny aprende sem fazer esforço.

      – Fico contente por ouvir isso – declarou Miles, educadamente. – Vi um Saint Emilion muito bom na lista dos vinhos ou preferes vinho de Borgonha?

      – Não, eu gosto de Bordéus – Chessie lembrou-se de umas férias que fizera com o seu pai no Sudoeste de França. Aquele tinha sido um tempo mágico para ela, apesar da preocupação constante do seu pai por Jenny, que tinha ficado em Inglaterra com uma tia.

      – Voltámos ao mesmo – comentou Miles, em voz baixa.

      Chessie fitou-o surpreendida.

      – O que é?

      – Fizeste a mesma expressão que uma criança faria se lhe dissessem que não vai ter férias de Natal.

      – Desculpa, de agora em diante, vou esforçar-me por parecer animada – replicou ela, ironicamente.

      – São assim tão terríveis as tuas lembranças?

      – Como é que sabes que estava… a lembrar-me de qualquer coisa?

      – Imaginei que assim fosse, dado que a mim acontece-me algo parecido – Miles acabou de beber o seu gin tónico. – Queres falar sobre isso?

      Chessie abanou a cabeça.

      – O que é que poderia dizer? Estás no topo do mundo e, de repente, num abrir e fechar de olhos, encontras-te num poço escuro do qual não sabes se conseguirás sair algum dia.

      – Bom, não vais dizê-lo? – inquiriu Miles, com suavidade.

      – Dizer o quê?

      – Que o teu pai era completamente inocente e que, se não tivesse sido pela sua repentina morte, teria demonstrado a sua inocência.

      Chessie abanou lentamente a cabeça.

      – Se não tivesse morrido, acho que agora estaria na prisão. De certa maneira, a morte foi o melhor que lhe poderia ter acontecido. Ele não teria suportado…

      Chessie mordeu os lábios e fez uma pausa. Depois acrescentou:

      – Lamento muito, supõe-se que isto é uma celebração e não um funeral.

      – Não to teria perguntado se não tivesse querido saber, Francesca – replicou, em voz baixa.

      Porque é que quereria saber?

      Chessie bebeu um gole de xerez. Fosse como fosse, teria gostado de falar sobre algo menos pessoal, como de cinema ou de literatura.

      De que é que um homem e uma mulher falavam quando iam jantar fora e bebiam vinho? Ela não tinha a menor ideia e sentia-se nervosa.

      Não saíra com nenhum homem desde que estivera com Alastair. Até àquela noite. Embora isso não contasse.

      Sentiu-se aliviada quando a empregada se aproximou para lhe dizer que a sua mesa estava pronta. A sopa e o patê estavam tão bons que se limitaram a comer e a comentar a excelência da cozinha.

      Enquanto esperavam pelo segundo prato, Chessie perguntou-lhe sobre o guião do filme. Não o fez por ser um tema impessoal, realmente estava interessada, no fim de contas, ela ia trabalhar no projecto.


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