A noiva substituta. Jane PorterЧитать онлайн книгу.
e ele acreditara que cumpriria a sua palavra. Fora por isso que investira na Naval Dukas, na edificação de portos na Costa Oeste e na construção de novos barcos, sabendo que esse investimento estabilizaria ambos os negócios no futuro.
Mas o casamento seria anulado.
E, portanto, o acordo não seria válido.
Já enviara uma mensagem de correio eletrónico ao seu advogado para que começasse o processo de dissolução da sociedade. Agora, só tinha de devolver Kassiani ao pai e encarregar-se da papelada legal.
Quando acabou de jantar, Kassiani voltou ao interior do quarto principal luxuoso. Damen teria de voltar em algum momento. E, então, estariam sozinhos.
Ali, no quarto.
Tinha de encontrar confiança em si própria para ir para a cama com ele porque, se o casamento não fosse consumado, Damen anulá-lo-ia e os Dukas perderiam tudo.
Ela não era a filha favorita, mas era leal à família e queria proteger a empresa do pai. Aceitara casar-se com Damen para que a Naval Dukas não fosse destruída por processos legais intermináveis. E Damen poderia destruí-los. Os processos de restituição deixariam a empresa na ruína.
Como o pai dissera naquela manhã, não podia devolver o dinheiro a Damen. O casamento devia acontecer e o casamento devia ser consumado.
E isso significava que devia seduzir Damen naquela noite.
Embora não fosse fácil. Não só porque era virgem, mas porque não tinha experiência. Só a tinham beijado uma vez, um beijo trôpego tão húmido e desagradável que não quisera voltar a beijar ninguém.
Comparado com esse assédio violento, o beijo na capela fora… emocionante. Quando Damen lhe levantara o queixo para a beijar, Kass sentira um formigueiro de antecipação. Os seus lábios eram firmes e frescos e, no entanto, sentira um arrepio.
Tremia quando se afastara e dera por si a desejar que o beijo durasse mais.
Talvez, assim, tivesse sido capaz de processar os seus pensamentos e todas essas sensações desconhecidas.
Gostava de dados, de análises. A informação era de grande ajuda e precisava de mais informação.
Como ia seduzir Damen quando não sabia nada sobre o assunto? É claro, sabia como era o corpo de um homem porque estudara anatomia. Além disso, a Internet estava cheia de fotografias e filmes.
Sabia que os homens gostavam que uma mulher fizesse um striptease e dançasse para eles. Aparentemente, isso excitava-os. E também gostavam de ter as mulheres de joelhos, obedientes e dispostas a agradá-los.
Kass tentou imaginar-se de joelhos à frente de Damen, com as mãos nas suas coxas e a mexer os dedos para o fecho das suas calças…
Essa imagem causou-lhe uma corrente de sensações desconhecidas: Arrepiou-lhe a pele, os seios incharam e sentiu um formigueiro entre as coxas. Estava nervosa e excitada ao mesmo tempo.
O seu mundo estava de pernas para o ar.
Fora para Atenas há cinco dias, esperando ir ao casamento da irmã, mas, no dia da cerimónia, o pai acordara-a muito cedo para lhe dizer que devia substituir Elexis e casar-se com Damen Alexopoulos.
E ela, desesperada por conseguir a aprovação do pai, fizera-o. Agora, em vez de voltar a São Francisco, tinha de ficar na Grécia e ser a esposa de Damen Alexopoulos, um desconhecido.
Kassiani olhou-se ao espelho. Continuava a usar o vestido de noiva de Elexis e as costuras estavam prestes a rebentar. Mesmo usando o espartilho, o vestido era demasiado apertado.
Nunca sonhara com o dia do seu casamento, mas, se o tivesse feito, não teria escolhido um vestido que a fazia parecer mais voluptuosa e gorda.
Não, teria escolhido algo simples, uma túnica de cetim com um ombro a descoberto para disfarçar o seu busto amplo. Sem camadas de tecido, sem esse decote e sem pedraria.
Kassiani passou os dedos pelas suas curvas. Os seus seios eram mais do que voluptuosos. Sempre odiara as ancas largas, as coxas e a barriga arredondada, como se praticasse a dança do ventre com frequência em vez de passar horas a correr na passadeira, a passear ou a fazer exercício para se parecer com a irmã e a mãe.
Porém, nunca seria magra. O seu aspeto era o que era e, mesmo que o marido estivesse dececionado, tinha de lhe demonstrar que tencionava ser uma boa esposa, que era capaz de o ser.
Encontraria uma forma de o satisfazer.
Mas como?
E se não conseguisse excitá-lo?
Kass tirou o telemóvel da mala e, enquanto tentava tirar o vestido, a faixa e o espartilho, procurou: «Como excitar os homens». Encontrou várias páginas que ofereciam conselhos sobre como agradar a um homem na cama. Desde doze zonas erógenas que não deveriam ser ignoradas ao artigo mais prático e útil: «Cinco truques para o melhor sexo oral da tua vida».
Nua, dirigiu-se para a casa de banho e, com cuidado para não molhar o cabelo, ainda apanhado por cima da cabeça num coque elaborado, tentou livrar-se das marcas do espartilho, que não pareciam dispostas a desaparecer, por muito que esfregasse.
Depois de tomar banho, vestiu um robe branco que pendia da porta, sentou-se na beira da banheira e começou a ler tudo o que pôde sobre como agradar a um homem.
Continuava a ler quando ouviu uma pancadinha na porta da casa banho e se levantou com um salto para abrir, fechando o robe com uma mão.
– Vesti o teu robe, espero que não te importes. Não trouxe roupa.
Damen assentiu com a cabeça.
– Kassiani… isto não vai funcionar. Pedirei a um empregado para te trazer alguma roupa e, depois, vou levar-te de volta à vila de Sunião.
Ela engoliu em seco.
– Estás assim tão dececionado?
– Não, não é isso.
– Então, porque me mandas embora sem me dar uma oportunidade?
– Porque estava noivo da Elexis, não de ti.
– Mas a Elexis foi-se embora e eu estou aqui.
– As irmãs Dukas não são intercambiáveis!
– Porque não sou bonita como ela?
– Porque não és dura como ela. – Damen pronunciou essas palavras com tal ferocidade que Kass ficou espantada. – Queria uma esposa que não sentisse nada, uma mulher que não pudesse magoar. Não te conheço bem, Petra Kassiani, mas o instinto diz-me que sentes profundamente.
Kass sentiu que lhe ardia a cara de vergonha porque tinha razão. Sentia profundamente, mas odiava esse aspeto da sua personalidade, pois ela preferia o intelecto às emoções.
– Entendo o tipo de casamento que queres. Não espero romance, flores, poesias…
– Nem ternura, amabilidade e paciência?
– Não acho que sejas capaz disso.
– Sou – garanto-te.
– Ias casar-te com a Elexis para salvar a Naval Dukas.
– Ia casar-me com a Elexis para desmantelar a Naval Dukas.
Kass olhou para ele com os olhos esbugalhados.
– Não acredito.
– Se ficares, se te tornares a minha esposa e o acordo se mantiver, não haverá Naval Dukas dentro de cinco anos. Fará parte da Naval Alexopoulos.
Olhou para ele, cética, mas receosa.
– Essa é a tua forma de dizer que devo voltar para ao pé do meu pai?
– Eu não sou nada para ti, Kassiani. E tu não és nada para mim.
– Casei-me contigo. És o meu