O beijo da inocência - Calor intenso. Brenda JacksonЧитать онлайн книгу.
anterior e, antes de sair do quarto, tirou o estojo com o anel. Quando ela acordasse, passaria à fase seguinte do plano que orquestrara cuidadosamente.
Ashley espreguiçou-se e a luz do sol cegou-a durante uns instantes. Manteve os olhos fechados uns segundos, desfrutando do calor e bem-estar que lhe proporcionava aquela sumptuosa cama, a de Devon.
Suspirou, feliz. Tinha perdido a virgindade da mais maravilhosa das maneiras. Era impossível que tivesse corrido melhor. Fora uma noite incrível: jantar romântico para dois, Devon a comê-la com aquele olhar mágico e murmurando que ia torná-la sua. Sim, uma noite perfeita.
Então, deu-se conta que ele já não estava na cama com ela e franziu o sobrolho. Viu-o de pé do outro lado do quarto, observando-a. Vestia um roupão que deixava ver o seu peito nu. Estava apoiado na maçaneta da porta da casa de banho e olhava para ela. Por alguma razão, isso fê-la estremecer.
Algo colorido lhe chamou a atenção e ao baixar os olhos viu uma rosa vermelha sobre o lençol, ao seu lado. Mas foi o pequeno cartão junto a um espetacular anel de diamantes que a deixou sem fôlego.
Sentiu o sangue subir-lhe à cabeça e ficou a olhar para ele, boquiaberta. Apoiou-se num cotovelo para levantar-se e agarrou no anel. Tremiam-lhe tanto as mãos que quase deixou cair o estojo de veludo.
Voltou a olhar para a mensagem e depois para ele, como se temesse que se tivesse ido embora e tudo não passasse de um produto da sua imaginação. Mas continuava ali, com o sorriso a iluminar-lhe os traços.
– A sério? – perguntou Ashley sussurrando.
Ele assentiu e o seu sorriso ampliou-se ainda mais.
– A sério.
Deixou a rosa, o anel e a mensagem e saltou da cama para lançar-se nos seus braços. Devon deu um passo atrás e riu enquanto ela o beijava pelo rosto até aos lábios.
– Sim, oh meu Deus, claro que sim!
Agarrou-a por trás antes que se atirasse e caísse no chão. Depois levantou-a e os olhos de ambos ficaram à mesma altura.
– Já sabes que a tradição manda ser tu a colocares-me o anel.
Ashley olhou para a cama.
– Oh, meu Deus, onde está?
Devon levou-a até à cama e deixou-a na beira desta, enquanto pegava no anel. Uns segundos depois, agarrou-lhe na mão e pôs-lhe o anel no dedo. Ela conteve a respiração ao ver o diamante a brilhar sob a luz do sol.
– Oh, Devon, é lindo!
Lançou os braços em redor do seu pescoço e abraçou-o com força.
– Amo-te muito. Não posso acreditar que tivesses planeado isto tudo.
– Não quero um noivado longo.
– Eu também não.
– De facto, quero que nos casemos já – acrescentou, sem deixar de olhar para ela.
Ela franziu o sobrolho e mordeu o lábio inferior.
– Não me importaria. Quer dizer, se dependesse de mim, mas não sei como vai reagir a minha família. A minha mãe vai querer um grande casamento. Sou a única filha…
Devon acariciou-lhe a face.
– Eu encarrego-me da tua família. Garanto-te que concordarão comigo. Teremos um grande casamento e a tua mãe sentir-se-á satisfeita. Vais ver como vão gostar dos nossos planos.
Estava tão contente que mal conseguia estar quieta.
– Estou desejosa de contar a toda a gente! Não é incrível? Todos ficarão felizes por mim. Sei que o papá estava desejoso de que eu encontrasse o homem ideal e assentasse a cabeça. Está sempre a dizer que sou muito inquieta, mas isso é porque sou jovem.
– Estás a dizer que não queres casar-te?
Ashley ficou a olhar para ele, surpreendida.
– Não! Não era isso que estava a dizer. Ia dizer que estava à espera do homem perfeito, de ti.
– Era isso que eu queria ouvir – murmurou ele.
Devon beijou-a.
– E que tal tomares um banho para te recuperares de toda a atividade de ontem à noite e depois tomarmos o pequeno-almoço juntos?
Ashley corou, mas assentiu, desejosa de falar do futuro. Senhora Devon Carter. Gostava de como soava. E o anel… Baixou o olhar, paralisada pela beleza do diamante que lhe enfeitava o dedo.
– Gostas? – perguntou Devon num tom de gozo.
Ela levantou os olhos e encarou-o, séria.
– Adoro, Devon. É lindo. Mas não precisavas de comprar-me algo tão caro. Teria gostado de qualquer coisa vinda de ti.
Ele sorriu.
– Eu sei, mas queria que fosse algo especial.
Ashley sentiu o coração dar um salto.
– Obrigada. É perfeito, tudo é perfeito.
Beijou-a apaixonadamente e quando voltou a abrir os olhos, o seu olhar brilhava de desejo.
– Vai tomar banho antes que me esqueça do pequeno-almoço e volte a fazer amor contigo. Agora, mexe o teu belo traseiro da cama e vai para o banho. Tomaremos o pequeno-almoço dentro de quarenta e cinco minutos. Tens tempo para relaxar na banheira.
– Bom, por fim vais dar o passo – disse Cameron Hollingsworth, olhando do outro lado da sala para onde estava Ashley com outras mulheres.
Devon deu um gole no seu vinho, mas mal sentiu o seu sabor. Continuava distraído. Ainda assim, obrigou-se a beber, apostado em tranquilizar-se. Ele mesmo ia fazer o anúncio oficial dentro de minutos. O pai de Ashley desejara fazer as honras, mas Devon preferia fazê-lo ele. William Copeland já tinha participado demasiado, orquestrando a relação de Devon com Ashley. A partir de agora, as coisas far-se-iam à sua maneira.
Embora todos os presentes tivessem consciência de que tinham sido convidados para uma festa de noivado, Ashley fizera questão de esperar que chegassem todos os convidados para anunciá-lo.
– Estás a arrepender-te? – perguntou Cameron. – Mal falaste desde que cheguei.
– Não, já está tudo decidido. Não há volta atrás. A única coisa que falta é que Copeland assine o acordo. Após a cerimónia, enviará os últimos documentos e levaremos a cabo a fusão. Quero reunir com Ryan, Rafe e contigo assim que voltar da lua de mel.
Cameron arqueou uma sobrancelha.
– Lua de mel? Vais mesmo de lua de mel?
– Lá por este casamento fazer parte de um acordo de negócios não significa que Ashley não vá ter um grande casamento ou uma lua de mel.
Cameron encolheu os ombros.
– Boa ideia. Fá-la feliz. Se for feliz, o seu pai também é. Já sabes o que dizem das filhinhas do papá.
– Não sejas imbecil – disse Devon franzindo o sobrolho. – Ela…
– Ela o quê?
– Ouve, ela não sabe o que o seu pai vai fazer. Acha que foi um namoro romântico que terminou numa igualmente muito romântica proposta de casamento. Se não a levar de lua de mel, vai parecer estranho.
– Isto não pode acabar bem. Não te esqueças das minhas palavras. Algo correrá mal, meu amigo.
– Alguém alguma vez te disse que és um desmancha-prazeres?
Cameron levantou as mãos, rendendo-se.
– Só queria prevenir-te. Devias contar-lhe a verdade. Nenhuma mulher gosta de ser enganada.
– Para ela me mandar para o inferno mais a minha proposta de casamento?