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Sanidade Antes, Magia Depois. Brenda TrimЧитать онлайн книгу.

Sanidade Antes, Magia Depois - Brenda Trim


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havia como eu continuar sem um impulso. E um pouco de comida.

      CAPÍTULO DOIS

      — Você acha que terei que devolver o quarto da vovó? Acabei de comprar um colchão novo. E criei um closet só para colocar as minhas coisas. — Quando minhas coisas finalmente chegaram em Pymm's Pondside, percebi que os armários não seriam grandes o suficiente para guardar todas as minhas roupas, então, com a ajuda de Violet e Aislinn, criamos magicamente um closet.

      Aislinn pousou sua xícara de café e ergueu os ombros. — Não faço ideia. Fantasmas dormem? Espera. O que você vai fazer quando seus filhos vierem visitar durante as férias no próximo mês?

      — Eu não acho que fantasmas dormem ou precisem de um quarto, mas essa é a menor das suas preocupações. Você é uma… você sabe o quê, e precisa ter certeza de que isso continuará em segredo. Mas agora você tem Isidora para ajudá-la a aprender tudo o que você precisa saber. — Se eu não estava enganada, Violet parecia chateada.

      — Isso não muda em nada o Bruxas Quarentonas. Somos uma equipe, certo? Não consigo nem imaginar enfrentar toda essa merda com a Rainha sem vocês. Não me interpretem mal. Estou feliz por ter a vovó de volta e estou ansiosa para aprender com ela, mas preciso de vocês duas.

      Violet sorriu e Aislinn cutucou meu ombro. — Não esqueça o Bas. Você precisa dele também.

      Revirei os olhos, mas não consegui impedir o sorriso de se espalhar pelo meu rosto. — Verdade. Ele é útil durante uma luta. — Eu já tinha desistido da ideia de namorar e pensei que meu “porto” estava fechado para sempre quando perdi Tim, mas Sebastian mudou isso.

      — Entre outras coisas… — disse Violet, mexendo as sobrancelhas. — A campainha sobre a porta tocou e todas se viraram naquela direção para ver a nossa fofoqueira favorita, Mae, entrar na livraria de Violet.

      A cicatriz espessa e elevada ao longo de sua garganta estava à mostra, um lembrete brutal de que ela tinha sido violentamente atacada em algum ponto e que suas cordas vocais estavam permanentemente danificadas. Isso havia tornado suas habilidades de sereia inúteis, o que significava que ela não poderia mais sobreviver no oceano.

      De repente, me perguntei se escapar da minha casa e da minha avó tinha sido uma boa ideia, afinal. Claro, minha avó morta tinha retornado para mim como um fantasma e passou a maior parte do dia me importunando para dominar meu poder para que eu pudesse usá-lo contra meus inimigos, mas isso não era tão ruim, não é? Afinal de contas, Mae nunca trouxera boas notícias nas outras vezes que veio até a loja.

      Violet se virou para a recém-chegada com um sorriso no rosto. — Boa tarde, Mae. O que a traz aqui?

      — Você estava fechada mais cedo. Zreegy foi chamada para a casa de Tunsall e Tierny, mas ela chegou tarde demais. Ela precisou chamar Gardoss. — A voz de Mae falhou no final e seu olhar saltou ao redor da sala como se ela estivesse verificando se não foi ouvida.

      Eu bati na lateral da minha xícara e considerei o que ela disse. Meu coração disparou quando ela disse o nome de Tunsall. Tierny tinha que ser amiga dela, ou talvez irmã. — Quem é Tierny e Gardoss?

      Mae se aproximou de mim e disse em voz baixa: — Tierny era irmã de Tunsall. E, Gardoss é irmão de Bruce e o equivalente Feérico de Lance.

      Meu coração acelerado parou de bater e meu peito apertou. Esfreguei a área distraidamente. — Então, ele é um policial?

      A cabeça de Aislinn balançou para cima e para baixo, e ela acrescentou antes que Mae pudesse dizer mais alguma coisa: — Ele investiga crimes aos quais os policiais não conseguem atender.

      — Por que ele está aqui? — A voz de Violet vacilou enquanto ela falava.

      Mae baixou o olhar e passou um dedo sob o olho. — Houve outra morte. Tunsall não pôde ligar para Lance quando encontrou sua irmã, então ela ligou para Gardoss. Os assassinatos não mostram nenhum sinal de ter fim. Só espero que Gardoss possa fazer algo antes que outra pessoa se machuque.

      Violet engasgou e sua mão voou para cobrir a boca. Seu olhar estava preocupado quando encontrou o meu. — Nós pensamos que haviam parado.

      Aislinn estreitou os olhos e lançou a Violet um olhar que dizia, mantenha sua boca fechada, a menos que queira que todos estejam na sua porta pedindo sangue. Eu apreciei o apoio. Seria fácil para as duas se voltarem contra mim e me culpar pelas mortes recentes na cidade. Afinal, foi por minha causa e por meu bat-sinal que os assassinatos começaram. Bem, ao menos era isso o que eu suspeitava. E eu já podia ver Mae contando a todos o que eu era e incitando uma revolta com os Supes pela minha cabeça.

      Mae jogou suas longas mechas cinzas sobre um ombro. — Parece que nosso breve adiamento acabou. Gostaria que sua avó ainda estivesse aqui. Ela saberia o que fazer. Vou ver se Bruce tem mais informações. — Na porta, Mae se virou para mim e me examinou por vários segundos. — Você parece diferente. Não consigo definir o que é, mas algo mudou.

      Encolhi um ombro trêmulo. Meu pobre coração de meia-idade não conseguia uma folga. Quando começava a diminuir a velocidade, voltava a disparar. Tinha que ser mais cuidadosa. Eu não tinha mais vinte anos. Se minha incapacidade de correr mais de um quilômetro fosse uma indicação, não havia muito que aquele velho músculo pudesse aguentar.

      — Estou mais perto dos quarenta e um hoje do que ontem. E não tomei cafeína suficiente hoje.

      Mae deu uma risadinha. — Deve ser isso. Eu sou como uma fera raivosa sem meu cafezinho pela manhã. Vejo vocês mais tarde.

      Eu me virei para minhas amigas. — Precisamos descobrir se foi a Rainha. Se ela está de volta, precisamos saber.

      — Você tem razão. Vamos para a casa dela e ver se podemos descobrir alguma coisa — sugeriu Aislinn, então se virou para Violet. — Voltaremos para te informar quando terminarmos.

      — Você tem aquela poção de invisibilidade que fizemos semana passada? — Não era isso que eu esperava ouvir Violet dizer.

      Eu pisquei e balancei minha cabeça. — Eu não a trouxe comigo. Além disso, não tenho certeza se é uma boa ideia tomá-la. Visto que não explodiu, tenho quase certeza de que fiz algo errado.

      Aislinn riu disso. — Nós ficaremos bem. Se Gadross estiver lá, a Rainha não se atreveria a ficar rodiando.

      Outro cliente entrou e tomamos isso como nossa deixa. Com um aceno, segui Aislinn porta afora e me dirigi para o meu Mustang vintage. Vintage era um código para enferrujado e mal rodando.

      Aislinn agarrou minha mão e me parou antes que eu destrancasse a porta. — Não precisamos dirigir. Ela mora perto o suficiente para ir a pé.

      Assentindo, eu examinei a rua. O sol ainda estava alto, mas eu não conseguia afastar a sensação de ser observada. Desde que saí da loja, minha nuca formigava em alerta.

      Aislinn estava descendo a rua a vários metros de distância quando desisti de procurar o que não conseguia ver e corri para o lado dela. — Precisaremos ficar fora do caminho de Gadross se ele ainda estiver lá. Ele não vai gostar muito da gente conduzindo a nossa própria investigação.

      Eu arqueei uma sobrancelha para minha amiga. — Há algo acontecendo entre você e Gadross? Eu sinto uma hostilidade mais profunda.

      A boca de Aislinn franziu como se ela tivesse acabado de chupar um limão. — Isso foi há muito tempo e nunca foi além de alguns encontros. Não. Não foi bem isso. Era mais um caso do que qualquer outra coisa.

      A imagem de Bruce passou pela minha mente e uma risada explodiu de minha boca. Eu não conseguia imaginar aquela maravilhosa mulher alta fazendo sexo com um cara de menos de um metro de altura, com uma grande barba espessa e carrancudo. — Ele não parece muito inteligente se deixou você escapar. Isso será um problema?

      — Isso é passado. Jurei nunca mais voltar a me relacionar com ele.


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