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Guerreiro Místico. Brenda TrimЧитать онлайн книгу.

Guerreiro Místico - Brenda Trim


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em tão pouco tempo. Ainda assim, a dor estava lá. Cailyn precisava manter a cabeça no lugar. Jessie e Elsie eram tudo para ela, e ela nunca se perdoaria se algo acontecesse a qualquer uma das duas.

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      * * *

      Tremendo incontrolavelmente, Jace temia deixar Cailyn cair caso não se acalmasse. Sentia-se se afogando na torrente de suas emoções. Estava impressionado com a beleza dela e, ao mesmo tempo, a excitação o percorria, queimando o seu corpo. A saliva se acumulava na boca e o estômago se agitava. Em silêncio, amaldiçoou a repulsa com que seu corpo reagia à excitação. Queria implorar à Deusa que lhe desse uma noite na qual não se sentisse mal e pudesse se dar ao luxo de satisfazer uma mulher. Deveria saber que, depois de sete séculos de náuseas, não iria experimentar mais nada.

      Por sorte, convivia com a sensação por tempo suficiente para agir de modo bem normal. No entanto, isso não impedia a vergonha de ter o fogo percorrendo suas veias. Desejou ser um homem normal, em vez da concha destruída na qual havia se transformado.

      Queria, mais do que tudo, ser capaz de se perder no corpo de uma mulher. Mas não qualquer mulher. Queria aquela, mais do que já havia desejado outra. Mas nunca procurou Cailyn porque se recusava a contaminá-la. As coisas nunca poderiam ir mais longe entre eles. Ninguém precisava viver com o inferno com o qual ele lidava noite e dia. Ainda assim, sentia-se atraído por ela como uma mariposa pela chama, e ficaria feliz se tivesse uma noite com ela.

      Queria aqueles exuberantes lábios carnudos pressionados sobre os seus. Ou, melhor ainda, envolvendo seu membro dolorido. Podia imaginá-la de joelhos, lambendo a cabeça carnuda enquanto sorria para ele. E bem rápido ele enrijeceu como aço dentro das calças, certo de que o zíper iria se romper.

      A fantasia que se desenrolava em sua cabeça fez com que olhasse para o belo rosto dela. Respirou fundo, inalando o aroma picante de canela. Sabia que seus olhos deviam estar brilhando, exibindo a excitação mais claramente do que sua ereção. Sentia-se incapaz de desviar os olhos e observou o olhar dela tornar-se cauteloso. Ela não fazia ideia do que seus olhos lhe diziam, mas não parecia estar com medo. Ele viu a curiosidade e o desejo que ela tentava esconder.

      — Prometa-me que nada vai acontecer com ela. Mesmo que ela se torne uma irracional máquina de matar, que ninguém a machuque. E que você encontrará uma cura para o que aconteceu com ela – pediu Cailyn.

      Jace admirou-se com a força e determinação dela, e soube que iria lhe prometer qualquer coisa.

      — Farei tudo ao meu alcance para ajudar sua amiga, mas precisamos contê-la até que saibamos mais. Trabalhei em estreita colaboração com os cientistas durante séculos, mas este é um caso inédito. Precisamos de tempo – declarou.

      — Eu, por exemplo, prometo que nada acontecerá sem o seu envolvimento, Cai – jurou Elsie, chamando a atenção de Cailyn.

      — A ghra, não faça promessas que não pode cumprir – repreendeu Zander.

      — Oh, mas posso manter esta promessa. Afinal, sou sua rainha. E você, meu rei, vai se certificar de que isso aconteça – disse-lhe Elsie docemente.

      Jace observou a interação dos dois e sentiu um aperto no peito. Invejava a conexão deles. Nunca desejou que alguém lhe pertencesse, mas em algum momento nos últimos meses, começou a esperar por mais. Desde o momento em que conheceu Cailyn, sentiu algo mais do que uma admiração por uma bela e inteligente mulher. Deveria se lembrar que nunca teria uma mulher só dele. Não merecia.

      — Obrigada, El. Sinto-me melhor sabendo disso – sussurrou Cailyn, com os olhos um pouco caídos. Aquela noite devia estar cobrando seu preço, e o corpo dela ainda estava ferido.

      Sem pensar, ele se inclinou e roçou o nariz ligeiramente no de Cailyn. Seu olhar dirigiu-se logo para os lábios dela. Ela tinha um sinal no lado direito da boca deliciosa. Uma boca que ele queria desesperadamente provar. Ela suspirou, assustada, e ele se deteve antes de agir impelido por aquele desejo especial, procurando, com o olhar, o abismo cor de avelã dos olhos dela. De repente, ele percebeu que os olhos dela combinavam com os olhos da serpente em seu bastão. Mais uma vez ele se perguntou o motivo pelo qual aquela mulher havia entrado em sua vida.

      A tensão na sala o lembrou de que não se encontravam sozinhos. Ignorando os olhares preocupados de Elsie e dos outros queimando suas costas, ele empurrou a porta para o que agora se tornara o quarto de Cailyn.

      — Vamos cuidar de você e curá-la, certo? – perguntou Jace, enquanto tentava deitá-la na cama. Seus braços se recusaram a cooperar, puxando-a para mais perto do peito.

      Com metade dos residentes do complexo o seguindo, aquele momento não era a hora de ceder ao desejo. Forçando os dedos a se abrirem, ele a deitou suavemente na cama. Ela estremeceu de dor e um leve brilho de suor cobria seu corpo. A pele ficou ainda mais pálida e ele sabia que ela estava com uma dor terrível, embora não emitisse nenhum gemido. Ele admirava a força dela. Até mesmo os guerreiros reclamaram quando ele precisou curar suas feridas. Aquela pequena mulher continuava a surpreendê-lo.

      — Sinto muito. Vou tirar a sua dor e você vai ficar como nova – ele a tranquilizou, colocando o cabelo solto dela atrás das orelhas, precisando manter o contato.

      Tocar naquela pele macia lhe dava uma sensação de alívio e o acalmava, ao mesmo tempo em que o deixava retesado como um tambor. Um desejo sombrio e insidioso se enraizava nele. Pela primeira vez na vida, ele precisava provar uma mulher, explorar o corpo exuberante e se perder em sua intimidade aquecida, e isso o assustava muito.

      Jace odiava como suas mãos tremiam, nervosas, enquanto percorriam os braços dela, não decidido a curá-la e assim perder a desculpa para tocá-la. Ele segurou as mãos dela por vários momentos silenciosos antes de se concentrar na perna quebrada. Ela era tão macia e flexível sob suas palmas… Foi preciso um grande esforço para deixar a luxúria de lado e acessar sua habilidade de cura. Surpreendentemente, o poder chegou sem muito esforço em seus dedos, apesar da energia gasta na abertura do portal. Ele direcionou a magia para o corpo dela e seu sangue congelou ao sentir de repente uma explosão derrubando todos na sala. Ele se viu sendo lançado para longe dela, aterrissando bruscamente ao bater na parede.

      — Que diabos aconteceu? – murmurou Cailyn, enquanto Jace se esforçava para voltar para o lado dela.

      — Nada de bom. Lembra-se daquelas palavras que a fada entoou? Foi um feitiço que acabei de ativar – respondeu Jace, sério, enquanto os demais se levantavam, parecendo perplexos.

      — Que tipo de feitiço? Você pode desfazer? – perguntou Cailyn, mostrando que a letargia claramente pesava sobre ela.

      — Não faço ideia. O que eu não daria para ver o Grimório Místico aparecendo agora – refletiu Jace, mas ele percebia mais do que dizia. O medo se instalou em suas entranhas ao pensar no que poderia acontecer a Cailyn naquele momento.

      Capítulo Três

      Jace gemeu quando as costas caíram sobre a laje. Não havia nada para amortecer seu corpo ou protegê-lo do mármore gelado. Ele estremeceu de frio e náusea. Quanto tempo levaria até ela voltar? Por falar nisso, quanto tempo havia se passado desde que ela havia saído? O tempo não significava nada para ele. Não sabia quantos dias, meses ou anos haviam se passado desde sua captura, e se esqueceu de tentar decifrar se era de dia ou de noite, inverno ou verão.

      — Deusa, maldita cadela – rangeu ele.

      Algemas de metal enferrujado envolviam seus pulsos e tornozelos, ligadas a correntes que o prendiam ao altar de mármore. No início, ele orava dia e noite para ser libertado da prisão, mas a esperança de qualquer resgate ou fuga desapareceu com o tempo.

      A água pingava do teto até um buraco raso no solo. Pela deusa, ele estava com tanta sede, daria qualquer coisa para poder beber algo. Mas isso fazia parte de sua tortura. Negue-lhe tudo, e ofereça comida, água ou um banho em troca do que ela queria. Ele se recusava a lhe dar qualquer coisa. Não que ele pudesse lhe dar o que ela


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