A Baía Kismet. Dawn BrowerЧитать онлайн книгу.
que estavam na Poção da Bruxa e Percival já a tinha abandonado para ficar com um de seus melhores amigos — não que ela o culpasse, afinal teria feito o mesmo se Nash estivesse lá. Porém, Percival deveria agir como um cavalheiro. Pelo menos ela não esperava que ele ficasse servindo a ela.
Lá se foi a ideia de ele ser o cavaleiro na armadura brilhante dela… Que bom que ela não esperava que ele fosse. Parecia que Percival não retornaria tão cedo. Ela poderia encontrar um amigo para conversar, mas por algum motivo isso a incomodava ainda mais. Além do que, só tinha uma pessoa com quem queria falar e ele não estava lá. Talvez ela devesse cancelar o encontro antes de se decepcionar. Quem ela queria enganar? Ela já estava decepcionada antes mesmo de começar…
Leilia pegou seu casaco e saiu da cafeteria. Ela se divertiria mais em casa com um balde de pipoca e uma taça de vinho. Talvez ela até chamaria Nash para ver se ele gostaria de fazer companhia a ela. Isso soava muito melhor quanto mais ela pensava nisso.
Ela olhou para Percival e pensou se deveria avisá-lo que iria embora, mas desistiu da ideia. Em vez disso, ela tirou o telefone do bolso e mandou uma breve mensagem com um pedido de desculpas e avisando que teve que ir. Leilia colocou o telefone de volta no bolso do casaco e em vez de ir para casa, caminhou em direção ao apartamento de Nash. Ela precisava ver seu melhor amigo.
CAPÍTULO TRÊS
Nash entrou em seu apartamento e colocou o vinho que ganhou de Leilia em cima do balcão. Ele despiu o casaco e o jogou em cima de uma cadeira, ou, pelo menos, tentou… Por algum motivo ele errou o alvo e o casaco caiu no chão. Ele o encarou por alguns segundos debatendo se deveria se importar o suficiente para pegá-lo e pendurá-lo no armário. Com um suspiro ele recolheu o casaco e o colocou onde deveria ter colocado desde o princípio. Não era culpa da vestimenta que seus planos de dividir com Leilia seus sentimentos tinha ido errado. Ele encarou a garrafa de vinho que ganhou dela e considerou bebê-la sozinho, mas não, ele precisava de algo mais forte do que Merlot para afogar suas mágoas.
Ele foi até um armário próximo e puxou uma garrafa de uísque, pegou um copo de vidro e serviu uma dose considerável. Nash trouxe o copo à boca e engoliu o conteúdo. Ele chacoalhou a cabeça para ajudar com a queimação que sentia na garganta e serviu mais. Depois de três copos a sala começou a girar e seu cérebro estava um pouco anestesiado quanto o que o estava incomodando. Nash colocou o copo no balcão, agarrou a garrafa de uísque e cambaleou até o sofá. Ele não via o sentido em se preocupar com sutilezas. Ele poderia beber direto da garrafa.
Nash caiu no sofá, abraçado à garrafa de uísque. Ele pegou o controle e ligou a televisão. Duas pessoas apareceram na tela — um homem e uma mulher. Nash rosnou quando um deles começou a falar. “Olá, sou Gawain Daly e minha adorável co-apresentadora é Jocelyn Stacy.”
“Babaca,” Nash resmungou para si. Gawain tirou uma mecha do cabelo da testa e se virou para Jocelyn. “Está bem frio aqui em Nova Iorque. Olhe para a multidão! Muita gente veio para se juntar a nós e recepcionar o Ano Novo.” Ele deu o seu famoso sorriso para a câmera e perguntou para sua co-apresentadora: “Você já fez suas resoluções?”
“Você que precisa fazer resoluções, Gawain”, Nash rosnou as palavras. Ele teve que segurar o ímpeto de jogar o uísque contra a televisão. Em vez disso, ele tomou um belo gole. Ele achava que tinha superado os tempos de ensino médio, mas aparentemente alguns rancores nunca sumiam.
“Não tem nada em mim que eu gostaria de mudar”, Jocelyn respondeu. “E você?”
“Não tem como arrumar o que é perfeito.” Gawain deu uma piscadela. “E o beijo à meia-noite? Você tem alguém especial em mente?”
Ele não mexeu as sobrancelhas mas suas palavras tinham uma insinuação que equivalia a esse ato. Nash bufou. Gawain claramente queria que Jocelyn o beijasse. Ele esperava que a bela celebridade o rejeitasse. Nash bebeu mais uísque. Metade da garrafa já tinha se ido. Do jeito que estava indo, ele terminaria a garrafa inteira e desmaiaria antes da meia-noite.
“Talvez tenha algumas possibilidades”, Jocelyn falou, audaciosamente. A loira lambeu os lábios de forma sugestiva, deixando pouca chance para interpretações errôneas.
“Aquele babaca sempre foi sortudo.” Por que ele não desligava a televisão? A última coisa que precisava era assistir Gawain se dar bem com a atriz com quem atuou em seu último filme. Ele era o líder do trio de cavaleiros. Percival e Tristan eram mais legais quando ele não estava por perto. Nash ficou feliz quando ele foi embora para perseguir fama e fortuna na Califórnia. Não demorou muito para ele atingir esse objetivo. O destino sempre brilhou para ele.
A câmera focou na bola brilhosa que desceria, recebendo o Ano Novo. A voz de Gawain ainda saía dos alto-falantes da televisão. “Como você pode ver, a bola está pronta para descer. O que precisamos é que chegue a meia-noite e poderemos brindar o mais feliz dos anos novos. Por enquanto, vamos ver como estão as estações irmãs de Los Angeles e Corbin Vale.
Nash não prestou mais atenção depois disso. Ele achou que tinha bebido uísque suficiente para esquecer que Leilia passaria a noite com Percival, mas sua mente voltava para ela. Será que ela beijaria Percival à meia-noite, como Gawain pretendia beijar Jocelyn? Isso fez seu estômago revirar e começou a se arrepender de ter bebido tanto. Mas que seja… Ele já tinha ido longe demais, então por que não continuar bebendo? O que ele tinha a perder?
Ele engoliu mais uísque. Há alguns goles a garganta já não queimava mais. Uma batida na porta ecoou pela sala. Ele achou que tinha sido imaginação, até que aconteceu de novo. Nash se sentou e encarou a porta com olhos cerrados. Não tinha como ele chegar até a porta sem cair de cara no chão. “Está aberta”, ele berrou. Não passou pela sua cabeça se perguntar quem tinha vindo vê-lo. Até a porta se abrir e Leilia entrar. O que diabos ela estava fazendo ali? O que tinha acontecido com Percival? Se ele a tivesse machucado… Bem, quando Nash estivesse sóbrio ele o faria pagar pelo que tivesse feito. Ninguém poderia machucar o amor de sua vida.
CAPÍTULO QUATRO
Leilia encarou Nash como se fosse a primeira vez que o via. Esse não era seu melhor amigo. Nash parecia estar… “Você está bêbado?” Ela fechou a porta atrás de si e tirou o casaco. Se ele estivesse bebendo muito, precisaria de alguém para cuidar dele.
“Talvez eu tenha tomado uns golinhos de uísque.” Ele levantou a garrafa, mais da metade vazia.
“Por favor me diga que essa garrafa não era nova.” O que o tinha feito beber tanto? Era o ano novo mas mesmo assim… Nash não bebia muito. “Me dá isso.” Ela pegou a garrafa das mãos dele e a colocou em um balcão, fora do seu alcance. “O que você tem? Você agiu estranho o dia inteiro.”
“Um homem não pode beber em paz de vez em quando?” Ele gesticulou para a televisão. “Olhe, é um dos seus cavaleiros. Você não quer ver se ele está pronto para ser arrebatado dos teatros de Hollywood?”
Leilia olhou para a televisão. Gawain Daly realmente estava na televisão, se exibindo para a audiência. Ele sempre foi assim. O homem prosperava quando recebia atenção e absorvia os holofotes. Gawain era atraente. Realmente tinha jeito de celebridade e usou seu rosto deslumbrante e corpo sarado para alcançar o sucesso. O único motivo de saber algo sobre Gawain era por causa de seu vínculo com Tristan. Em tempos longínquos, Tristan e sua prima Sage eram inseparáveis. Ela nunca entendeu o que os tinha feito se afastar, mas não era da conta dela mesmo. Sage desapareceu na mesma época em que Gawain partiu para Hollywood. Às vezes ela se perguntava se a debandada dos dois estava relacionada. “Não estou interessada em Gawain ou qualquer um dos pretensos cavaleiros. Eu nunca quis me meter no meio desse trio.” Isso soou bem mais safado do que ela pretendia…
“Então o que você quer?” As palavras saíam arrastadas quando ele falava. “Porque eu achava que conhecia você, mas claramente não conheço.”
Leilia suspirou. “Você se