Um Sátiro De Natal. Rebekah LewisЧитать онлайн книгу.
"Eu não pedi ficção", disse Chastity.
"Se você diz." Ele se virou novamente. Cipriano nunca tinha contado a uma mulher a verdade da noite em que foi amaldiçoado, a vergonha que o levou a essa situação. Os colegas de banda sabiam, mas mantiveram o segredo. Algo que o Pan e os outros sátiros Arcadianos aconselharam fortemente contra, mas ele já o tinha feito anos antes de saberem que o tinha feito. Tarde demais agora para apagar o fato de suas memórias sem deixá-los danificados pela tentativa.
Chastity hesitou antes de voltar a falar. "Está dizendo que quer abordar sua nova recém-encontrada fama na América fingindo ser o personagem que representa? Os outros integrantes farão o mesmo? Você fará todas as aparições em público na fantasia?"
"Não seja tão crítica, boneca." Ele mal conteve a amargura do seu tom. Ele não queria contar histórias ou mentir. Ele queria ser ele mesmo. Queria ser apreciado apesar dos seus defeitos como qualquer outra pessoa. Era assim tão errado? "Todos nós desempenhamos um papel, quer estejamos conscientes ou não."
"O que isso deveria significar?"
Ele a olhou de cima a baixo, dando a ultima mordida em seu sanduíche. Ele ainda estava com fome, mas não se levantaria outra vez. Sua rejeição imediata de sua história como mera fantasia só solidificou a noção de que uma mulher nunca o aceitaria se soubesse a verdade. Soubesse que ele era o monstro que parecia ser. "A roupa, a atitude... Você é realmente tão tensa quanto parece, ou é um ato? Alguém te traiu, então agora está fazendo isso para manter todos os homens afastados?"
Ela arfou. "Isso está fora de questão."
Estava, mas ele já havia entrado no assunto. "Eu falo o que vejo." Sem chance de voltar atrás agora.
"Terminamos aqui."
Ele riu com o humor que não sentia mais. "Esse artigo não vai ser muito longo."
"Tenho a certeza que terei muitas coisas a dizer para ter o número ideal de palavras." Ela desligou o gravador e levantou-se.
O humor de Cipriano havia piorado. A culpa não foi dela, mas ele estava descontando nela. Ele entrou em pânico, não estava pronto para a descartar completamente. Ela pode nunca o aceitar como ele realmente era, mas a sua opinião sobre ele... Importava. Por alguma razão estranha, importava, e talvez isso fosse parte da irritação dele. "Desculpa."
"Tanto faz."
"Não, de verdade." Ele captou o olhar dela. "Sinto muito. Eu sei que sou um chato."
A expressão dela não era legível enquanto enfiava o celular na bolsa e fechava-a. "Sim, bem. Não seja tão duro consigo mesmo! Tive de aceitar esse trabalho se quisesse avaliar a nova peça que estreia amanhã à noite. Coincidentemente, ela também é baseado na mitologia grega, embora tenha sido realmente secreto em relação ao enredo e personagens."
Ele não sabia nada sobre a abertura de uma peça, uma vez que não seguia o teatro, mas isso parecia encaixar-se mais na personalidade dela do que o show dele. "A mitologia grega está na moda hoje em dia, não sabia? Gigantes e bestas lutaram na base do Olimpo." Antes que ele pudesse se parar, ele acrescentou: "Eu deveria estar lá."
Ela revirou os olhos. "Tenho a certeza que sim. Mal posso esperar que provem que foi tudo uma farsa. O desmatamento tem muitos problemas, mas gigantes pisando sobre as árvores não é um deles."
Ele riu. Os humanos eram fantásticos. Eles se recusavam a considerar qualquer coisa que não conseguissem ver com seus próprios olhos, e quando um sátiro real se sentou na frente dela, ainda era ficção. "E se fosse uma tentativa fracassada de libertar os Titãs de sua jaula?"
Ela abanou a cabeça, mas já não estava zangada. "Devia escrever um livro com uma imaginação como a sua. Preciso ir. Obrigada pelo seu tempo. Vou tentar não ser muito dura no meu artigo, mas não posso prometer nada."
"Escreva a sua verdade. Nós aguentamos." Ele apontou para a esquerda. "A segunda porta por ali leva aos camarins da banda. Os outros ja devem estar trocados por agora e dispostos a falar se você quiser mais entrevista do que conseguiu de mim." Ela parecia surpreendida por ele lhe ter dito isso e acenou com a cabeça quando se foi. "E Feliz Natal," ele murmurou sob a sua respiração, apesar de ela ter ido embora e incapaz de ouvi-lo. Ele não celebrava o feriado e nunca o fez. Era mais habitual dizê-lo quando rodeado por tantos que o faziam. Ainda assim, ele ressentia essa época do ano. Todas as famílias felizes e novos compromissos. Okay, ele tinha ciúmes por nunca ter tido aquilo. Ele era homem suficiente para admitir isso.
Parecia outra noite solitária para ele, e ele tinha tentado o Destino com a sua pequena exibição no show atoa. Talvez Takeshi tivesse razão. Ele era um idiota.
Um membro da equipe apareceu para um sanduíche e Cipriano chamou-o. "Ei, cara. Pode me fazer um favor e trazer meu celular do camarim? Acabei de enviar a repórter lá, e não quero incomodá-la de novo."
O homem fez o que lhe foi pedido e retornou alguns minutos depois, entregando-lhe o aparelho móvel antes de pegar sua comida e sair antes que qualquer coisas mais pudesse ser pedida. Ele não culpou o homem. Era difícil fazer uma pausa para uma refeição ininterrupta quando as pessoas estavam sempre pedindo coisas. Cipriano abriu o navegador da web e procurou por novas peças estreando na cidade naquele fim de semana. Talvez ele pudesse verificar, pelo menos para encontrar Chastity novamente. Não era perseguição se ele estava interessado nas artes e por acaso encontrasse-a, certo?
Não surgiu muita informação, então ele mudou as configurações de pesquisa para artigos mais recentes. Um que tinha sido postado na última hora apareceu no topo, a manchete que precisava de múltiplas leituras para o seu cérebro compreender o que ele estava vendo. "De jeito nenhum." ele se endireitou.
Ele tinha de ligar para o seu agente. Depois tinha de ligar para Pan. Talvez não naquela ordem.
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