Doce rendição. Catherine GeorgeЧитать онлайн книгу.
depois, voltou à sala com uma bandeja.
– Tomo-o simples e sem açúcar. Suponho que te recordas, porque o fizeste muitas vezes.
– Tinha-me esquecido – disse Kate.
E era verdade. Tinha tentado esquecer-se de tudo sobre Alasdair Drummond e, pelo menos, conseguira esquecer-se de algumas coisas.
Como a sua anterior visita, sentou-se no assento junto à janela, com as suas longas pernas estendidas para a frente.
– Acendes a lareira todos os dias?
– Não, só aos fins-de-semana.
– O homem que vi sair daqui… é importante, Kate?
– Sim – respondeu ela sem hesitar.
Não era de todo mentira. Jack Spencer era importante… para a sua sobrinha e a sua mãe. E seguramente para várias mulheres. Talvez até para a sua esposa. E Alasdair não ficaria magoado por acreditar que era importante para ela.
– Ah, percebo.
– E tu? Suponho que também haverá alguém importante na tua vida.
Alasdair negou com a cabeça.
– Já não. Vivi com uma rapariga até há pouco tempo, mas acabámos.
– Porquê?
– Poderíamos dizer que me deixou. Amy gosta de viver em Nova Iorque e não queria vir para Inglaterra.
– Ah, que pena. Onde estás a pensar ficar?
– Em Gloucester. A minha avó deixou-me a sua casa – respondeu ele, tomando o café de um trago. – Bom, vou-me embora. Já te incomodei o bastante.
Kate acompanhou-o à porta.
– Desculpa por não podermos almoçar juntos.
– Talvez tenha mais sorte amanhã. Aliás, tenho a impressão de que a tua família me receberá melhor do que tu.
– Olha, não quero ser grosseira…
– Aquele homem… também vai ao baptizado?
– Não. Os meus pais não sabem nada dele.
Alasdair agarrou-a pelos ombros.
– Fria recepção ou não, gostei muito de te ver.
– Eu também gostei – murmurou Kate, tentando dissimular a reacção que lhe produzia o contacto.
– Ah, sim? Eu preferiria mais um pouco de entusiasmo – disse ele, inclinando a cabeça para lhe dar um beijo na face. Mas então pareceu pensar melhor e beijou-a nos lábios.
– Até amanhã, Kate.
Ela fechou a porta bruscamente e sentou-se no sofá, nervosa. Quanto tinha desejado que a beijasse… há uns anos atrás. Então deu-lhe vontade de rir. Normalmente, aos sábados de manhã só via o carteiro e o senhor Reith, o seu vizinho. Mas aquele sábado tinha sido bem diferente.
Jack, como ele queria que lhe chamasse, era novidade na sua experiência. Comparado com o elegante Alasdair, parecia pouco sofisticado e, no entanto, parecia-lhe muito agradável.
E tinha deixado claro que a achava atraente. Kate sorriu, enquanto guardava a mala no carro.
Pela forma como a beijara, Alasdair Drummond também parecia achá-la muito atraente.
Mas não lhe valeria de nada.
As janelas de sua casa, uma casa que estava na família Dysart há quatro gerações, brilhavam sob a pálida luz do entardecer, quando estacionou debaixo do castanheiro das Índias.
O jardim estava a começar a encher-se de cores depois do rígido Inverno. Narcisos em botão, ramos rodeados de primaveras amarelas… Kate subiu os degraus do alpendre, com aquela sensação tão agradável que sentia sempre que voltava a casa.
Os seus olhos iluminaram-se quando Adam abriu a porta com o bebé nos braços.
– Está na hora de conheceres a tua madrinha, Hal – sorriu o seu irmão. – Olá, anã. Queres pegar no teu afilhado?
– Claro que sim! – exclamou ela, largando a sua mala. – Olá, sobrinho… que lindo que és. Felizmente, parece-se com a sua mãe.
– Isso não é verdade – replicou Adam, indignado. – Parece-se comigo.
Kate soltou uma gargalhada.
– Sim, claro. Apesar do cabelo loiro e dos olhos azuis de Gabriel, é a tua cara chapada.
– Querida! Não tinha ouvido a campainha – exclamou a sua mãe.
– Não tocou. Vi-a pela janela.
Kate abraçou toda a família, feliz por estar com eles novamente.
– Gostas do meu filho? Fi-lo muito bem, não é verdade? – sorriu Gabriel, a sua cunhada.
– Não poderias tê-lo feito sem mim – recordou-lhe Adam.
– Pois. Mas eu fiquei com a pior parte.
Pouco depois chegou o seu pai, depois de passear o cão, e Kate teve que controlar o excitado retriever, que não deixava de saltar à sua volta. Sentada no sofá, acariciou a cabeça de Pan enquanto contava à sua família os últimos acontecimentos.
– Ah! é verdade. Deixei as flores no carro…
– Que maravilha – exclamou Frances Dysart, sua mãe, quando entrou com o enorme ramo. – De quem são?
– De um amigo.
– Pus flores na igreja para amanhã, mas não fiquei com nenhuma para a casa. Importas-te que as ponha, Kate?
– Não, claro que não. Foi para isso que as trouxe.
– A propósito, ouvi dizer que recusaste jantar com Alasdair – disse então Adam.
Kate franziu o nariz.
– Tinha outros compromissos.
– Sabes que o convidei para o baptizado, não sabes?
– Sim. Ainda que não entenda porquê.
O seu irmão encolheu os ombros.
– Levou vários móveis da sua avó para o antiquário e convidou-me para almoçar no Chesterton.
– E é por isso que vem ao baptizado?
– Não sejas tonta. Foi amigo teu durante muitos anos… Perguntei-lhe se queria vir e disse-me imediatamente que sim. Pensei que ficarias contente.
– Fê-lo com boa intenção – sorriu Gabriel.
Kate assentiu, resignada.
– Eu sei. Mas já chega de Alasdair Drummond. Quem mais vem ao baptizado?
– Leonie e Jonah, claro – disse a sua mãe. – Mas sem as crianças. Os pais de Jonah levaram-nos à Disneyland Paris este fim-de-semana.
– E Jess?
– Temo bem que não. Acabam de lhe confirmar que está outra vez grávida.
– E Lorenzo envolveu-a numa redoma! – sorriu Kate, olhando com certa inveja para Gabriel, que embalava o seu filho com expressão jubilosa.
Mas não deveria sentir inveja. Entre Jess e Adam havia tantas crianças que o melhor seria não acrescentar mais nenhuma por enquanto.
– Fenny vem cá esta noite. Não sei quem a trará… como sempre, não quis levar o carro para a faculdade.
– Porque há sempre algum amigo disposto a levá-la no seu – brincou Adam.
– Mas são só amigos – riu-se Gabriel.
– Isso alivia-me bastante – suspirou a sua mãe.
Pouco