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Casamento de confiança. Emma DarcyЧитать онлайн книгу.

Casamento de confiança - Emma Darcy


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embarque. Mesmo para Hannah, que vira muitos barcos caros em Fremantle, aquele parecia fabuloso, um catamarã de estilo, branco e preto, que exalava poder e luxo.

      – Com certeza o melhor – declarou Sally, orgulhosa. – Foi colocado na água há um ano. Ar condicionado, salão de jogos, mergulho com instrutores conceituados e, para ti, uma cozinha totalmente equipada, incluindo máquina de café expresso e máquina de lavar loiça. – Ela olhou profundamente para Hannah. – Nada de pratos descartáveis no Duquesa. É tudo de alto nível.

      A jovem assentiu, ao observar o fluxo dos viajantes que saíam do barco. Percebeu que eram pessoas que faziam parte das colunas sociais dos jornais, que só se satisfaziam com o melhor. Pareciam felizes e satisfeitas, o que significava que o serviço cinco estrelas não decepcionara naquele dia.

      Hannah respirou fundo, determinada a garantir que o seu serviço não destoasse da qualidade que Tony King queria manter. A forte necessidade de agradá-lo, mais que isso, de encantá-lo, ia além do que deveria sentir pelo seu empregador, mas não tinha como negar que o homem pusera uma nova energia na sua vida.

      – O senhor King às vezes sai no Duquesa? – Não pôde evitar a pergunta.

      – Oh, sim! Faz isso quase todos os sábados e domingos. E também quando é fretado para uma festa especial. Algumas celebridades requisitam o Duquesa por um dia inteiro. Tony gosta de cuidar pessoalmente das celebridades. É um excelente anfitrião e, claro, a melhor publicidade que podemos conseguir.

      Tony… Sally falava o nome com tanta familiaridade que Hannah achou que não teria problema em chamá-lo assim na frente da tripulação. Era tolice sentir-se estranha com aquilo. Fora natural quando estavam no castelo. Ele parecia ter distanciando-se desde que deixaram a senhora King? Não, provavelmente estava demasiado sensível no que se referia a ela, não queria cometer a mínima falha.

      Quarta-feira… Tinha dois dias para aprender o máximo possível, praticar na cozinha e estar com tudo pronto antes que ele entrasse a bordo. No dia seguinte, levaria um caderno consigo e anotaria tudo o que Chris fizesse. Assim que a rotina geral estivesse fixada na sua mente, poderia acrescentar uns toques especiais e pessoais. Iria mostrar a Tony que ele realmente ganhara um prémio com a sua nova cozinheira. Ele dar-lhe-ia aquele sorriso arrasador e…

      – A tripulação está a desembarcar – anunciou Sally, trazendo Hannah de volta à realidade. – Eric, Tracy e Jai são os mergulhadores. São os três primeiros. Depois vem o Chris e a assistente dele, Megan, o capitão, David, e a primeira oficial, Keith.

      Cinco homens, duas mulheres, todos jovens e cheios de vigor. Logo serão quatro homens e três mulheres, pensou Hannah. Avistou o chefe de cozinha que ia substituir. De cabelos muito loiros, dirigia-se apressado para o escritório de Tony.

      Chris entrou abruptamente. Demonstrava na expressão a ansiedade que sentia.

      – Conseguiste alguém? – perguntou, tão preocupado que nem olhou para Hannah.

      – Acalma-te, Chris. – A forte e autoritária voz avisou o cozinheiro de que estava descontrolado. – Acabaste de passar pela pessoa que contratei para substituir-te.

      – Desculpa-me. – Virou-se para encarar Hannah, com um sorriso de alívio. – Olá.

      – Olá – respondeu a jovem com um sorriso amigável.

      – Esta é Hannah O’Neill – apresentou Tony. – Chris Walton irá mostrar-lhe o que se espera de um chefe de cozinha do Duquesa nos próximos dois dias.

      Chris voltou-se para Tony.

      – Preciso mesmo de fazer isso? A Hannah não pode…

      – Não – interrompeu Tony com firmeza. – Ficas até ao final da semana, conforme o combinado, Chris. O Johnny pode esperar.

      – Mas a Megan pode explicar-lhe tudo.

      – Isso é responsabilidade tua. – Os olhos verdes faiscaram quando acrescentou: – Não me decepciones, Chris… Podes marcar o teu voo para Sidney para sexta-feira à noite – continuou Tony. – Não vais receber o teu pagamento nem boas referências se fores embora mais cedo. Entendido?

      Chris assentiu.

      – Certo, certo. – Ele suspirou e voltou-se para Hannah: – Não me interpretes mal. É um óptimo trabalho. Apenas preciso de ir para outro lado.

      Hannah assentiu com cumplicidade.

      – Fico muito satisfeita em ter a tua supervisão por dois dias… Será suficiente para me inteirar dos detalhes do serviço, Chris.

      – É mais fácil do que parece à primeira vista – murmurou, mas obviamente que era.

      Os outros funcionários entraram no escritório e Tony fez as devidas apresentações. Pareciam pessoas alegres e animadas e Hannah sentiu vibrações boas e sem reservas dirigidas a ela.

      Estava muito consciente de que Tony a observava. Esperava que estivesse a aprovar o clima amistoso que se gerara entre eles. Sabia que no ramo de turismo era importante manter um ambiente de cordialidade, alegria e… manter uma expressão feliz era algo completamente natural em Hannah. E naquele dia estava a ser ainda mais fácil demonstrar a sua felicidade.

      Um novo lugar para explorar.

      Um novo emprego para mantê-la no mesmo sítio.

      Um novo homem que podia ser o «homem certo»… se o seu coração estivesse a dizer-lhe a verdade!

      – Ei! Lindas covinhas! – observou David Hampson, o capitão. Era o mais velho da tripulação, muito bonito, com brilhantes olhos castanhos e um sorriso charmoso. – Acho que tiveste bom gosto, Tony.

      – O que precisamos é de uma boa cozinheira – disse Tony, bruscamente.

      – Concordo – respondeu David alegre, voltando a olhar para Hannah. – Mas uma boa comida servida por lindas covinhas, dá sempre um toque especial.

      Ela riu, gostou da provocação bem-humorada de David.

      – Está pronta para partir, Hannah? Tem tudo o que precisa? – indagou Tony, de sobrolho franzido.

      – Claro. – Rapidamente agarrou no saco de plástico que continha os uniformes e os folhetos sobre os passeios da King Cruzeiros.

      Tony falou para a tripulação:

      – Espero que vocês tratem bem a Hannah, sem que ela se torne uma distracção para o serviço de cada um. Certo?

      Assentiram em coro.

      Ele olhou para Hannah.

      – Vamos. Vou levá-la até ao apartamento onde vai ficar. Assim poderá descansar para começar a trabalhar amanhã cedo.

      – Até amanhã – despediu-se de todos e acompanhou Tony, o coração batia velozmente, era difícil acompanhá-lo.

      – Onde está a sua bagagem? – perguntou.

      – Por aqui. – Indicou a esquerda e ele seguiu-a. Um rápido olhar avisou Hannah de que ele voltara a sorrir. – Obrigada pelo seu apoio – disse, sinceramente.

      – Espero que não me cause problemas, Hannah.

      – Problemas? – ecoou, irritada com aquela leitura negativa.

      Olhou-a de um modo ameaçador.

      – David Hampson é casado. E tem dois filhos.

      – Bem, isso é óptimo para ele – respondeu, impressionada pela quase acusação.

      – Sim. Vamos deixar as coisas como estão. – Levantou o queixo enquanto caminhava.

      – Sabe, não tenho culpa de ter covinhas – declarou para testá-lo. – Nasci com elas.

      – E com muitas outras coisas – murmurou.

      Era demais para Hannah.

      – Tem algum


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