Conta-me os teus segredos - Contrato nupcial. Susan Fox P.Читать онлайн книгу.
Seria bastante dinheiro. Posso fazer tudo por pouco menos de dois mil e quinhentos dólares.
– E quanto tempo demorarias?
– Que tal se vieres buscá-lo na próxima quarta-feira? Preciso de alguns dias para encontrar uma nova transmissão.
– Está bem. Obrigada, Phil – agradeceu, dirigindo-se para a porta.
– Ouve, Grace…
– Sim? – perguntou ela, olhando por cima do seu ombro.
– Mike esteve por aqui ontem. Arranjámos o teu cinto de segurança e está resolvido. E se for o dinheiro que te deixa muito nervosa, não te preocupes. Ele disse-me que o Circle M vai pagar todos os gastos já que aconteceu enquanto estavas a trabalhar lá.
Aquele atrevimento de Mike enfureceu Grace.
– Phil, da última vez que verifiquei, esse carro estava em meu nome. O que significa que eu pago as reparações de que precise. Não fales com Mike Gardner sobre isso sob nenhuma circunstância, compreendes-me? O Circle M não vai pagar a nova transmissão do meu carro.
– Sim, menina – concordou Phil, pigarreando. – Mas se o dinheiro é um problema, podemos estabelecer alguma facilidade de pagamento. Podes pagar um pouco cada mês. Sei que és cumpridora.
Lágrimas brotaram dos olhos de Grace, que as afastou, pestanejando.
– Obrigada, Phil – agradeceu, saindo da oficina. Sentia-se humilhada.
Perguntou-se o que raios é que Mike estava a tentar fazer.
Por muito que não quisesse, ia ter de encontrar outro trabalho e rezar para que o dia tivesse mais horas… para assim conseguir dormir um pouco.
Grace levou uma mão à boca para disfarçar um bocejo. Pelo menos a contabilidade correra bem e todos os cheques estavam prontos. Connor e Mike estavam nas pradarias, Johanna saíra para fazer compras e Maren estava a dormir.
Ouviu o barulho de uma televisão, devia ser Alex. Estar na cama a repousar devia estar a deixá-la louca.
Grace viu as horas, decidiu fazer uma chávena de chá para ambas e fazer-lhe uma visita. Ao desligar o computador, ouviu também uns risinhos. Maren acordara.
Fez chá e dirigiu-se para o andar de cima.
Mãe e filha estavam na cama. Distraidamente, Alex estava a brincar com os caracóis escuros da sua pequena.
Aquela era uma cena que Grace sabia que nunca teria e teve de engolir em seco para desfazer o nó amargo que sentia na garganta.
– Grace! Entra! – exclamou Alex, ao vê-la à porta.
– Trouxe chá.
– Põe aqui, querida. A mãe vai beber algo quente.
– Quente – repetiu Maren.
– Está a começar a falar… – concluiu Grace, enquanto dava uma chávena de chá a Alex.
– A quem o dizes! Passa o dia todo a balbuciar.
Grace sentou-se na beira da cama.
– Como estás?
– Estou farta de estar na cama, farta de estar grávida e farta de não poder fazer nada. Supostamente, nem sequer posso pegar na minha própria filha ao colo.
– Lamento – replicou Grace. – Simplesmente, precisas de sair deste quarto.
A frustração de Alex era óbvia… e compreensível. Precisava de se sentir como uma mulher novamente.
– Precisas de um dia de raparigas.
– Sim, claro. Não posso sair daqui.
– E então? Eu posso trazer tudo.
Grace foi à casa de banho e pegou numa escova de cabelo, num estojo de maquilhagem, em verniz para as unhas e em alguns acessórios para o cabelo.
Enquanto Maren observava, com os olhos esbugalhados, Grace ajudou Alex a mudar de roupa e a vestir umas calças de ganga de maternidade e uma bonita camisola vermelha. Depois de estar vestida, penteou o seu cabelo preto comprido. Alex e ela tinham-se tornado amigas quando Alex se mudara para Windover, mas aquilo parecia estar a fazer com que a amizade fosse ainda maior.
– O que está a acontecer entre ti e Mike?
Grace sentiu que corava.
– Nada.
Alex riu-se, apontando para a cara da sua amiga.
– As raparigas não costumam corar dessa maneira por nada. Andam a discutir como o cão e o gato.
Grace começou a fazer uma trança francesa à sua amiga.
– Ele tem andado a comportar-se de uma maneira muito protectora comigo ultimamente – explicou.
– Há algo. Consigo senti-lo, mesmo estando aqui em cima afastada de todos.
Alex devia saber que Mike e ela tinham tido um breve romance, mas não queria puxar o assunto.
– Foi horrível para ti, não foi? – perguntou Grace, aproveitando para mudar de assunto.
– Não paro de pensar em como será o resultado. Isso é o que verdadeiramente importa – respondeu a sua amiga, preocupada.
Depois de ter acabado de pentear Alex, pegou no verniz e começou a pintar-lhe as unhas dos pés.
– Obrigada, Grace. Hoje precisava disto – confessou Alex, sorrindo.
– Tolices! Connor deixa-te aqui o dia todo enquanto ele vai fazer todas as suas coisas. Homens! – murmurou.
– Portanto, ele está a incomodar-te.
– Ora! Mike Gardner pensa que pode dizer a toda a gente o que tem de fazer. Porque é que os homens pensam que nós vamos fazer exactamente o que eles querem?
– Às vezes, dão uma ajuda – indicou Alex, acariciando a barriga.
– Sim. Dão uma mão. Olha para o dia tão bonito que está e tu estás aqui na cama. Tens uma varanda ali mesmo, pelo amor de Deus!
Subitamente, Grace levantou-se.
– Sabes uma coisa? Tenho uma ideia. Hoje vais desfrutar do exterior e não precisamos de um homem para nos ajudar.
Então, desceu para o andar de baixo, prendendo o cabelo numa trança. Saiu para o alpendre traseiro e tirou as almofadas de uma cadeira, levando-as consigo.
– O que estás a fazer? – gritou Alex, quando ouviu que Grace voltava a subir.
– Já vais ver! – gritou Grace.
Mas levar a cadeira de baloiço para cima seria diferente. Era suficientemente grande para Alex se deitar nela, com Maren ou com Connor, e para desfrutar do ar fresco.
Custou-lhe muito mexer a cadeira de baloiço e foi quase impossível levá-la pelas escadas e, quando estava quase a chegar ao andar de cima, deslizou. Quando tentou agarrá-la novamente, magoou-se na mão. Teve de morder o lábio para evitar dizer um palavrão.
Pôr a cadeira de baloiço no quarto significou ter de a levantar sobre a cama e, depois, levá-la para a varanda.
Depois de a deixar lá, pôs as almofadas.
– Não saias – avisou. – Ainda há mais.
Desceu novamente e pegou numa pequena mesa que Alex podia usar para pôr uma bebida ou um livro.
Também lhe levou uma planta e uma manta, no caso de ela ter frio.
– Aí tens, agora já podes sair – declarou, sorrindo, triunfante.
Alex mexeu-se com muito cuidado, como fazia sempre naqueles dias, e sentou-se na cadeira de baloiço.
– Connor devia