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Visão Do Amor. Dawn BrowerЧитать онлайн книгу.

Visão Do Amor - Dawn Brower


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Ela sempre queria examinar tudo que levava o seu nome ou que ela teve participação na execução.

      — Sim — respondeu ela enquanto olhava para um documento em sua mesa. — Traga-o para mim antes de sair. Caso precise de alguma mudança, farei anotações. De qualquer forma, eu gostaria que ele fosse enviado amanhã logo cedo para todos os departamentos.

      Anya foi até sua mesa e tirou o memorando de uma pilha de páginas datilografadas. A maioria dos documentos já tinham sido colocados em envelopes e enviados, mas as cartas ainda precisavam da assinatura de Lady Vivian, e ela não quereria lidar com isso até ter certeza que o festival estava acontecendo sem problemas. As cartas não eram de alta prioridade, independentemente disso. Com o memorando em mãos, ela voltou para o escritório.

      — Aqui está — disse ela a Lady Vivian.

      — Fabuloso — respondeu ela. — Coloque-o lá na minha mesa.

      — Precisa de mais alguma coisa?

      — Não. — Lady Vivian olhou para cima e sorriu para ela. — Vá, tente se divertir um pouco e me ajude a fazer deste dia o melhor para toda a Grã-Bretanha.

      — Farei o meu melhor — disse Anya a ela. Ela saiu do escritório de Lady Vivian apressadamente e caminhou para a saída do prédio. O coração dela batia rápido dentro do peito. Ela não sabia por que, mas parecia que algo importante poderia acontecer com ela. Provavelmente não passava de um pressentimento bobo, mas a incomodou um pouco.

      Ela colocou o aquela sensação de lado e tentou ignorá-la da melhor maneira que conseguiu e saiu do prédio. Se ela se apressasse conseguiria pegar o próximo ônibus para South Bank. Anya desceu a rua o mais rápido que possível e parou ao lado de uma parada de ônibus. Ela não teve que esperar muito e um ônibus vermelho de dois andares parou em sua frente. Assim que as portas se abriram, ela entrou e escolheu um assento. Não demoraria muito e ela chegaria ao Telekinema e aprenderia em primeira mão todo o processo de exibir filmes para centenas de pessoas de uma única vez.

      Anya olhava pela janela enquanto o ônibus passava por algumas das ruas mais famosas de Londres. O trajeto do prédio da Lady Vivian até South Bank, no rio Thames, era curto. O prédio de Anya ficava localizado no meio desse trajeto. Seus pais preferiam que ela tivesse permanecido em casa, mas viajar de Mayfair poderia ser tedioso às vezes, e ela particularmente não tinha vontade de adquirir um automóvel. Não quando poderia ir a pé para a maioria dos lugares ou pegar o ônibus para trajetos mais longos. Talvez ela fosse uma dama da alta sociedade estranha por não ostentar sua riqueza. Ela evitava usar o seu título sempre que possível. Lady Vivian estava ciente de quem os pais de Anya eram, mas respeitava os desejos dela e deixava de lado a parte Lady do seu título. Ela só o usava quando se encontravam em algum evento da alta sociedade e era esperado tal tratamento.

      O ônibus parou próximo do rio. Ela se preparou para sair, junto com várias outras pessoas. Já havia filas no portão. Pelo menos não seria um fracasso total como algumas pessoas esperavam. Lady Vivian ficaria feliz em ver a multidão. O festival seria celebrado em todo o país, mas as principais festividades seriam realizadas no espaço de South Bank. Diferentes áreas teriam exibições de arte, música, ciência e filmes. Até a arquitetura foi projetada especificamente para o evento. Nenhuma despesa foi poupada.

      Anya foi até a entrada dos fundos destinada à aqueles que trabalhavam no festival. Ela mostrou suas credenciais para o guarda, e ele a deixou passar direto para o orgulho e alegria do Festival do Instituto Britânico de Cinema. O Telekinema era um cinema de última geração com 400 lugares e totalmente operado pelo Instituto Britânico de Cinema. Eles tinham planos de exibir películas, programas de televisão e até filmes tridimensionais. Esta era a primeira vez que muitos dos visitantes veriam qualquer imagem sendo televisionado, e Anya estava animada em poder trazer isso para as massas. Um dia aquilo poderia se tornar regra para um evento em grande escala, como o Festival da Grã-Bretanha.

      Ela vagou até a área onde o projetor estava sendo montado para exibir alguns dos filmes. Ben estava por perto, conversando com um dos porteiros que trabalharia durante a exibição. — Diga ao resto dos homens para se posicionarem na parte de trás do teatro assim que o filme começar. Ninguém gosta quando sua visão é interrompida desnecessariamente. Seu trabalho é vigiar o público e garantir que ninguém cause problemas. Qualquer tumulto e eles devem ser expulsos do teatro sem discussões. Entendido?

      O jovem assentiu. — Eu transmitirei a mensagem.

      — Bom — disse Ben. — Abrimos em uma hora. Vá e prepare todo mundo.

      O festival em si abriria ao público em meros minutos. O Telekinema ficaria trancado até que houvesse a abertura oficial. Lady Vivian teria que estar lá para fazer seus discursos na abertura do festival e na cerimônia de corte de fita pouco depois disso. Em seguida, o público poderia comprar a entrada para o teatro e ver a lista dos filmes programados para o dia.

      Quando o jovem porteiro se afastou, Anya foi até Ben e colocou a mão em seu ombro. Ele deu um pulo. — Cristo, Anya, você está tentando me fazer morrer jovem de um ataque cardíaco?

      — Desculpe — respondeu ela. — Eu não quis assustá-lo. Lady Vivian me pediu para lhe dar um recado.

      — Está tudo bem — disse ele. — Só estou um pouco nervoso hoje. O que a chefe disse?

      Anya repassou a mensagem e ele fez anotações em sua caderneta. — Tudo bem, eu cuidarei disso. Mas ela não já não deveria estar aqui?

      — Havia alguns itens de última hora que ela tinha que ver antes de sair. Ela estará aqui a tempo para o grande evento.

      Ele não parecia feliz. Talvez tudo aquilo o estivesse envelhecendo prematuramente. Ben não era muito mais velho que ela. Ele tinha, pelo menos, cinco anos para os 21 dela, mas ele parecia ainda mais velho do que Lady Vivian que comemoraria seu 34º aniversário em poucos meses. Ben tinha manchas escuras sob os olhos e sua pele parecia que estava mais pálida do que o normal. O cabelo loiro dele provavelmente não ajudava, era tão claro que quase parecia branco. Ele passou a mão pelas madeixas claras, deixando uma bagunça em seu rastro. — Isso aqui está um caos completo.

      Anya olhou em volta dela, mas não viu da mesma maneira que ele. — Parece uma máquina bem lubrificada para mim. Todo mundo está fazendo suas tarefas atribuídas, e quando for a hora de abrir as portas, tudo correrá bem.

      — De seus lábios para… — disse ele, e olhou para cima

      — … os ouvidos dele.

      — Duvido que precisemos da aprovação dele hoje. — Ela não era particularmente religiosa. Anya preferia não acreditar em um poder superior ou destino. Ela queria traçar o seu próprio caminho no mundo e gostava de pensar que ela tomava as suas decisões, não uma entidade todo-poderosa.

      — Eu vou aceitar qualquer apoio — disse ele simplesmente. — Precisamos que isso dê certo.

      Ele não estava errado. — Dará tudo certo. — Seu tom não era muito entusiasmado, mas ela não sabia mais o que dizer a ele. Ela queria andar por aí e explorar tudo. A última coisa que ela precisava era ter que ser o sistema de apoio dele.

      — Eu… — A voz dele falhou quando algo chamou sua atenção. — Pare! — gritou ele. — O que você pensa que está fazendo? — Seu tom ficou frenético e ele começou a acenar com as mãos. Ele deu um passo à frente, provavelmente para impedir a pessoa com quem ele estava gritando de fazer o que ele achava que estava errado.

      Anya normalmente não se importaria, mas aquilo a interessou de uma maneira estranha. Ela suspirou e começou a ir embora, mas no último minuto ela virou-se para olhar atrás dela. Alguém estava carregando uma caixa de projeção muito grande e sua visão parecia ser prejudicada por ela. Ben continuou a acenar com as mãos freneticamente. A pessoa que carregava a caixa tropeçou em um fio e a caixa saiu voando para a frente. Anya tentou desviar do caminho, mas não adiantou. A caixa caiu em cima dela, derrubando-a.


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