Visão Do Amor. Dawn BrowerЧитать онлайн книгу.
tratar Anya. Ela a lembrou de quem estava realmente no comando e de nunca tratá-la como naquela manhã. Suas ordens sempre deveriam ser obedecidas ou ela relataria as ações de Anya a seu pai… e ela se arrependeria disso. Ela olhou para Ida, sua guarda de prisão. Ela teria que encontrar uma maneira de evitá-la tanto quanto possível. De alguma forma, ela encontraria o caminho de volta para casa e para fora do corpo de Ana, mas ela não tinha certeza de como fazer isso.
— Você está sendo uma boa menina — disse Ida. — Isso é tudo o que você precisa fazer. Seu pai tem expectativas quanto a você. — Ela deu um tapinha no braço de Anya. — A viagem para Londres era necessária, mas você pertence a este lugar. Seu casamento será em alguns meses e você precisa se acostumar com o que seu marido espera de você.
Ela engasgou. — Sim, Ida. — Anya não aguentava mais nenhum de seus chavões. — Vou deixar meu pai orgulhoso. — Isso parecia algo que ela deveria dizer, mas era a última coisa que ela queria realmente fazer. Quanto mais ela aprendia sobre Edward Wegner, mais ela o odiava.
O carro entrou em um longo caminho e parou em frente a um grande edifício com portões altos ao seu redor. Eles esperaram que os portões se abrissem e então entraram. O carro parou novamente na entrada da casa. Hora de ela enfrentar as coisas que ela queria evitar.
Ela saiu do carro e parou para esperar por Ida. Assim que ela estava ao lado de Anya, elas entraram na embaixada juntas. Ao menos naquele momento ela ficou feliz por ter Ida ao seu lado. A criada era uma espécie de amortecedor. Depois que elas entraram, um funcionário as deu as boas-vindas. — Senhorita Anastasia — cumprimentou o homem. Ele estava vestido todo de preto. Seu cabelo de ébano era quase do mesmo tom de seu terno, e seus olhos azuis prateados eram impressionantes. Eles eram de um tom estranho que ela achou familiar. Ela não conseguia desviar o olhar, hipnotizada por sua beleza. — Fui designado para ser seu guarda-costas. Você não deve deixar a embaixada sem mim, seu noivo ou seu pai. Ela não tinha nenhum desejo de partir na companhia de “seus” homens. Se ela quisesse sair, ela tentaria garantir que fosse na companhia de seu novo guarda-costas.
Ela franziu a testa. Maravilha. Agora ela tinha outra pessoa que seguiria cada movimento seu. Ela engoliu em seco e assentiu. — Eu entendo… Senhor… — Ele tinha se apresentado? Ela não conseguia se lembrar naquele momento.
— Arthur Jones — disse ele formalmente em um tom prático. Ele manteve a cabeça erguida e não moveu um músculo. — Senhora.
Ele era um soldado. O que fazia sentido para um guarda-costas. Ela não o culpou por isso. Ele estava apenas fazendo seu trabalho, mas isso não significava que ela tinha que gostar. — Sr. Jones — disse ela e sorriu para ele. — Não tenho a menor intenção de me colocar em perigo. É uma época perigosa na Alemanha e não quero ser uma vítima disso. Obrigada por fazer a sua parte para me manter segura.
Ele ficou quieto por um momento antes de falar. — Sim, senhora. — Ele esperava que ela fizesse um estardalhaço? Anastasia era uma verdadeira dama em todos os sentidos da palavra, sem realmente ter o título. Ana sabia o que era esperado dela. Ida garantiu que ela entendesse qual era o seu lugar durante a viagem à Alemanha. Foi quando a rigidez de Ida se tornou evidente e Anya aprendeu rapidamente a manter seus pensamentos para si mesma. — Agora — começou ela. — Se nos der licença. — Ela gesticulou em direção a Ida. — Foi uma longa viagem e gostaria de descansar. — O que ela não disse foi que precisava de um tempo para si mesma. Se ela fosse para os seus aposentos, Ida a deixaria em paz. Só assim para ela deixar de sentir como se cada movimento seu estivesse sendo observado.
— Claro — disse ele, assentindo. Ele se afastou para que Anya e Ida pudessem passar. Ele não era exatamente lindo, mas era definitivamente cativante. Em outra época, ela poderia ter se interessado por ele.
Ana queria olhar melhor para ele, mas manteve o foco na frente dela. Se ela mostrasse qualquer interesse em Arthur Jones, Ida correria e fofocaria sobre ela. Além disso, nada poderia resultar disso. Anya não pertencia aqui e Ana tinha um noivo.
Anya olhou pela janela de seu quarto. Ela estava na Alemanha há uma semana e não havia feito nenhum progresso em descobrir como voltar para casa. Ela provavelmente teria que se resignar à sua situação atual. Talvez ela devesse fazer algo produtivo com seu tempo em 1933. Havia uma grande guerra chegando e milhares morreriam. Se ela pudesse, e fosse corajosa o suficiente, seria possível salvar algumas das pessoas que o governo nazista visaria.
E se esse fosse o motivo pelo qual ela foi enviada aqui?
Ela suspirou. Se ela esperava fazer a diferença, ela teria que deixar seu quarto. Esconder-se não ajudaria ninguém, especialmente ela mesma. Ela poderia procurar Arthur Jones e deixá-lo acompanhá-la para fora da embaixada, já que a única coisa boa em ter um noivo nazista era que isso lhe dava uma espécie de disfarce. Ninguém suspeitaria que ela ajudou os judeus a escapar da perseguição. O problema era que ela não tinha ideia de como encontrar e ajudar os necessitados. Se ela abordasse a pessoa errada, ela acabaria morta, ou coisa pior. Havia coisas piores do que morrer…
Com um suspiro, ela afastou-se da janela e foi até a porta e a abriu. Se ela ia começar a viver, ela tinha que dar o primeiro passo. Ela caminhou pelo corredor e se dirigiu ao escritório do pai de Ana. Pensar nele nesses termos o tornava mais formal e não tão real para ela. Ela não gostava do homem, intensamente. Ele era muito mais magro pessoalmente do que ela esperava. Anya ainda não conhecia o seu noivo, Dierk Eyrich. Ele estava fora da cidade fazendo uma inspeção em um campo de concentração. Eles não chamavam o lugar assim, mas Anya sabia o que era. Era um dos piores campos que existiu na história: Buchenwald. Não que algum dos campos fosse bom. Eles eram todos horríveis, e muitos morreram.
Ela bateu à porta do escritório de Edward Wegner. Depois de alguns momentos, ele gritou: — Entre.
Anya entrou e esperou que ele se dirigisse a ela. Ele estava sentado atrás de uma grande mesa de mogno, escrevendo. Depois de alguns momentos embaraçosos de silêncio, ele olhou para cima. — O que posso fazer por você, Anastasia?
— Eu gostaria da sua permissão para assistir à ópera esta noite. — Um nó se formou em sua garganta e ela engoliu em seco, tentando removê-lo, mas ele permaneceu teimosamente no lugar. — A Ópera Estatal de Berlim fará uma performance de Die Meistersinger von Nürnberg de Richard Wagner hoje à noite. — Ela tinha ouvido a esposa do embaixador mencionar a apresentação de ópera. O embaixador e sua esposa receberam um convite, mas o recusaram.
Ele nem mesmo olhou para ela quando começou a falar: — Dierk não está aqui para acompanhá-la, e eu não desejo ver a ópera. Estou muito ocupado. — Ele começou a escrever freneticamente novamente. — Isso não é importante. Encontre outra coisa para ocupar seu tempo. Quando Dierk retornar, ele pode ajudar a entretê-la.
Ela tinha que convencê-lo. Ir à ópera era o primeiro passo que ela poderia dar para alcançar seus objetivos. Ela precisava se posicionar na sociedade alemã. De que outra forma ela poderia descobrir os planos sobre a captura de judeus? Ela não tinha nenhum outro meio de obter informações. — Eu ainda assim gostaria de assistir. O Sr. Jones não poderia me acompanhar? Ele é meu guarda-costas, não é? Ele vai cuidar para que eu seja mantida em segurança e seja tratada adequadamente. — Anya esperava que Arthur não se importasse de assistir um pouco de propaganda Alemã. Seria definitivamente nauseante. Ela presumia que ele não era simpatizante do nazismo como Edward Wegner.
Edward olhou para cima e encontrou o olhar dela. — Você deve realmente desejar ver esta ópera. O que você espera ganhar com isso?
— Sabedoria — disse ela. Foi a resposta mais simples e uma que este homem entenderia. Ele pensaria que uma mulher é incapaz de pensamentos inteligentes. Afinal, ele vendeu sua filha com um nazista em troca de alcançar seus objetivos.
— Você espera aprender alguma coisa? — Ele riu baixinho. — Você? — Edward Wegner balançou a cabeça como se a própria ideia fosse ridícula. — Você é uma garota simples. Duvido que você ganhe muito conhecimento