Meu Irmão E Eu. Paulo NunesЧитать онлайн книгу.
para casa. Quando jantarem, você leva Marcus de táxi. Ele está embriagado e não vai ajudar em nada agora indo comigo ao hospital. Não diga a ele o que houve. Não deve ser nada demais. Arthur sempre tem essas crises.
— Você está bem para dirigir? Não quer ir de táxi? — perguntei, preocupado.
— Estou bem. Não se preocupe. Só preciso que você pegue a minha bolsa na mesa. Não quero chamar a atenção.
Entreguei a bolsa a ela e a acompanhei até a entrada do Barbetta, pedindo que não se preocupasse e que me ligasse, se precisasse. E ao caminhar de volta, meus olhos se alegraram. Vi o restaurante inteiro olhando para a minha mesa e batendo palmas, animadamente. Marcus, Aidan e Maison estavam em pé, com as mãos sobre os ombros uns dos outros e cantando funiculí funiculá. Os músicos que animavam a noite acompanharam os três até a última nota aguda da canção. E, depois, uma chuva de aplausos ecoou no restaurante inteiro. Oh, meu Deus! O que faço com esses meus homens? Pensei e sorri ao mesmo tempo. Dei um beijo em cada um e disse que estava com fome. Como Maison afirmou conhecer bem a culinária italiana, deixei-o escolher nosso jantar. E ele o fez muito bem. Pediu tortellini de Bolonha e gnocchi e paleta de cordeiro. De sobremesa, tiramisù. Adoro a gastronomia italiana, mas é muito calórica. Pensei. Ainda conversávamos, quando Marcus chamou o garçom e pediu mais uma garrafa de Dalmore. Eu o interrompi no mesmo instante.
— De jeito nenhum, maninho! Já bebemos demais e está na hora de irmos para casa.
Aidan me ajudou a convencer Marcus:
— É verdade, Marcus. Amanhã, preciso acordar cedo e Maison tem um congresso para participar.
— Tudo bem. Tudo bem. Se vocês querem ir, nós vamos. Onde está Núbia — perguntou ele, com a voz embargada.
Graças a Deus que ele aceitou ir para casa. Comentei com ele que ela teve uma pequena indisposição, e que tinha ido para casa, mas que não era nada sério. Pedia ao garçom para trazer a conta e chamar um táxi para nós, quando Maison disse que nos levaria em casa, pois estava com um motorista.
Depois de deixarmos Aidan em casa, seguimos nós, Marcus, Maison, seu motorista e eu para o apartamento do meu irmão. Na porta do prédio, Maison perguntou se não precisava de ajuda com Marcus. Disse a ele que não. Segurei meu irmão pela cintura e apoiei seu braço em meu ombro, agradecendo o champanhe e a noite agradável. Dei as costas, e subia as escadas com Marcus, quando ele se aproximou e deixou no bolso do Versace o seu cartão, dizendo:
— Vou ficar em Nova Iorque até sexta-feira. Adoraria se me ligasse.
— Obrigado, Maison. Boa noite! — e sorri para ele.
No apartamento, ajudei meu irmão a sentar no sofá.
— Que coisa feia, hein, maninho? Embriagou-se no dia do meu aniversário? — perguntei, sorrindo e zombando dele.
— Não me embriaguei, não. Só fiquei um pouco alegre. E estou um pouco tonto, também. Onde está Núbia? — respondeu com a voz embargada.
— Núbia está no hospital com Arthur. Ele teve uma crise asmática, mas está tudo bem. A babá deve estar com ela.
— Ai, droga! Por que ela não me disse? — questionou ele, meio enraivecido.
— E você iria poder fazer alguma coisa nesse estado? Não se preocupe. Ela está bem. Disse que se precisasse, ligaria. Se ela não ligou é porque está tudo bem. Vou fazer um café para você, e depois vai tomar banho e dormir.
— Mas não quero café.
— Mas vai tomar, sim! Amanhã é segunda e você não pode acordar indisposto. Tem de trabalhar.
Fui até a cozinha, esquentei água e fiz uma xícara de café solúvel, e adicionei um pouco de leite, adoçando e levando para ele depois. Vi-o recostando a cabeça no sofá e esticando as pernas. Tenho de ir rápido, se não ele vai dormir. Fui até ele e me sentei sobre minhas pernas ao lado dele.
— Tome. Logo vai melhorar.
Ele levou a xícara à boca e bebeu o primeiro gole. Fez cara feia.
— Está quente. Não vou beber.
— Vai sim. Vou esfriar.
Havia silêncio entre nós, quando tomei a xícara de suas mãos e comecei a soprar levemente o café. Os olhos dele encontraram os meus. Ele tentava sorrir, mas não conseguia, apenas me observava. Vi-o molhando os lábios com a língua e meus sentidos despertaram para algo. Estava eu ali, ao lado do meu irmão, soprando seu café quente quando um desejo me invadiu. Estiquei meu braço e deixei a xícara sobre a mesa ao lado do sofá, olhei-o e aproximei meu rosto do dele, alternando meu olhar entre sua boca e olhos. Ameacei chegar mais perto, e ele nada fez. Senti sua respiração acelerada e não resisti, levemente pressionei minha boca contra a dele. Afastei-me em seguida e esperei sua reação. Seu olhar flamejante atingiu minha pupila, depois chegou até meus lábios. Foi então que ele selou sua boca na minha. Ele me beijava timidamente, e eu saboreava o gosto de seus lábios. Sua língua encontrou a minha e, no mesmo instante, eu molhei a cueca. Estava com tesão, mas só entendi o que iria acontecer, quando a mão dele deslizou em minhas costas e entrou em minha calça. Arfei. E uma certeza se apossou de mim. Oh, meu Deus! Ele está apertando minha bunda. É hoje que ele vai me comer! Pensei e me animei com a ideia.
***
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