Eu Sou Seu Bicho Papão. T. M. BilderbackЧитать онлайн книгу.
ser algo sobrenatural ou relacionado a magia, mas ele mantinha suas opções em aberto. E sua boca fechada.
Billy tinha visto em primeira mão o que acontece quando há magia envolvida, e nem sempre é bonito. Sua enteada, Mary, e Carol Grace, enteada de Alan (seu melhor amigo), tinham algum tipo de poder místico, e Alan era casado com Katie Ballantine Montgomery. Katie era descendente da família Sardis e era uma bruxa. Sua tia-avó, Margo Sardis, era uma bruxa igualmente poderosa. Katie dissera a Alan que Margo uma vez vendera um feitiço ao velho Ricky Jackson, e esse feitiço havia conjurado um Cão do Inferno. O pentagrama que restringia o Cão havia sido acidentalmente quebrado, o soltando... e deixando aberto um portal para o Inferno. De acordo com o que Margo dissera a Katie, muitos seres do Inferno cruzaram aquele portal e agora moravam no Condado de Sardis.
E desde então ninguém viu o velho Ricky Jackson.
Billy tinha visto Mary e Carol Grace unirem seus poderes contra os gângsteres da família criminosa Giambini quando estes invadiram a Fazenda Junior Ballantine, e achou incrível que essas coisas existissem neste mundo... sem que ninguém soubesse.
Ninguém com um pingo de credibilidade, pelo menos.
Mas Billy acreditava com todas as suas forças. Não tinha escolha, afinal convivia com isso.
Phoebe insistiu para que Mary seguisse os ensinamentos de Margo Sardis sobre como controlar a magia que residia dentro dela e da amiga, e Bill teve que concordar. Mary precisava aprender como manter a magia confinada dentro de si.
Agora, era possível que ele estivesse lidando com magia novamente... desta vez, no trabalho.
E não era coisa boa. Não dessa vez. Pessoas estavam morrendo. Pessoas honestas que não mereciam tão terrível destino.
Quando seus pensamentos saltaram de um assunto para outro, Billy percebeu que ele poderia ligar para Alan e pedir que viesse até o local. Era extremamente necessário.
***
— CAROL Grace! Você vai perder o ônibus, mocinha!
— Sim, mamãe!
— Desça já aqui, mocinha!
Alan sentou-se à mesa da cozinha e sorriu diante da frustração de sua nova esposa.
— Se tivermos que levar essa garota para a escola mais uma vez este mês, eu vou colocá-la de castigo, ou não me chamo Katie Blake!
— Katie Blake. Eu definitivamente gosto do som desse nome — Alan sorriu — onde você o encontrou, Katie?
Katie sorriu ao olhar para o marido.
— Um policial me deu. Ele disse que não estava sendo usado corretamente e queria ver se eu poderia tomar conta dele.
Ela se sentou à mesa, em sua cadeira.
— Hmmm... e você está tomando conta dele direitinho?
Katie sorriu.
— Ainda não tive nenhuma reclamação.
Alan se inclinou em direção ao rosto de Katie.
— Nenhuma.
Ele começou a beijá-la. Ao tocar de suas línguas, ele sentiu uma leve nota do sabor do pedacinho de bacon que Katie comera enquanto cozinhava, e sentiu também o sabor de menta da pasta de dente. Mais do que tudo, ele sentiu o sabor de Katie, e então eles perderam a noção do tempo.
— Meu Deus, vocês dois podem parar com essa pegação na cozinha? É tão nojento!
Alan se afastou e olhou nos olhos de Katie novamente.
— Só uma, talvez...
Ele olhou para Carol Grace.
O pai de Carol Grace, Mark Montgomery, morrera alguns anos atrás por conta de um aneurisma cerebral. Ele deixara o dinheiro de um seguro de vida, e o rendimento desse dinheiro ajudou Katie a cuidar de Carol Grace. Mas, quando Katie foi demitida da empresa em que trabalhava, sua mente voltou-se à fazenda deixada para ela por sua avó, Nebbie Ballantine. Seu avô se chamava Arthur "Junior" Ballantine, e a fazenda recebera o nome dele. Ela manteve a Fazenda Junior todos esses anos e pagou todos os impostos. Era dela, e estava pronta para morar. Então, quando a demissão aconteceu, Katie empacotou suas coisas e as de Carol Grace e voltou para o Condado de Sardis.
Após sua mudança, Alan Blake, ex-capitão do time de futebol americano da antiga escola de Katie, também se mudou de volta para o Condado de Sardis. No entanto, ele não teve escolha... ele era policial na cidade grande e prendera Moses Turley, o membro da família mafiosa Giambini encarregado de organizar jogos ilegais de pôquer, e seus homens por atentarem contra a vida dele e de outro policial. Mickey Giambini não queria ser vinculado a ele no julgamento, então ordenou que Turley e seus homens encontrassem e eliminassem os dois policiais. Os capangas de Giambini encontraram o parceiro de Alan, James Winstead, e o mataram... mas não antes que o homem revelasse aos criminosos que Alan poderia ser encontrado no Condado de Sardis.
Velho amigo de Alan, o xerife Billy Napier também participara do time de futebol americano do Colégio de Perry e convencera Katie a dar a Alan um lugar para se esconder em troca de trabalho na fazenda.
Nessa mesma época, Katie conhecera a velha bruxa, Margo Sardis. Margo dissera que Katie e Carol Grace eram descendentes da família Sardis e que possuíam magia dentro delas. Katie começou então a aprender a manifestar sua magia.
Carol Grace também estava mostrando sinais de poderes mágicos crescentes, mas os poderes se multiplicavam quando estava próxima de sua colega de escola e melhor amiga, Mary Smalls. Mary aparentemente tinha magia dentro dela também... mas ninguém sabia de onde vinha. Sua mãe, ex-colega de escola de Katie, Phoebe Smalls, não tinha poderes mágicos... mas ninguém, incluindo Phoebe, tinha ideia alguma de quem poderia ser o pai de Mary. Phoebe era uma alcoólatra em reabilitação.
Katie e Alan se apaixonaram profundamente e, juntos, reacenderam o amor de Billy Napier e Phoebe Smalls.
Durante uma reunião das duas famílias, Moses Turley atacou a casa da fazenda utilizando um túnel que passava por baixo da propriedade. Carol Grace e Mary chegaram bem a tempo de impedir que os mafiosos matassem Alan e todos os outros. Elas estavam inconscientemente de mãos dadas e pareciam estar sob domínio por alguma força sobrenatural. Usaram o poder mental para expulsar os bandidos da casa. Do lado de fora da casa, uma legião de demônios esperava pronta para devorar os quatro criminosos. A terra se abriu e engoliu o carro deles. Depois disso, as duas meninas caíram no chão, talvez desmaiadas ou em profundo sono.
No dia seguinte, ocorreu um casamento duplo. Xerife Napier e Phoebe Smalls haviam se casado, assim como Katie e Alan.
Desde então, a velha Margo Sardis ensinava Katie mais e mais sobre magia, e também as duas meninas. Margo era muito cautelosa com as duas garotas, e não falava muito com Katie sobre elas... mas Katie podia dizer que algo nas duas preocupava Margo. Katie pensou em perguntar à velha tia, mas percebeu que Margo diria a ela quando fosse a hora... e nem um minuto antes.
Alan já havia entrado em contato com um advogado em Perry para registrar Carol Grace como filha adotiva. Katie aceitara com todo coração, pois Carol Grace amava muito Alan, e Alan amava Carol Grace. Parecia a coisa certa a se fazer.
A audiência de adoção seria no final do mês, dali apenas uma semana.
Katie virou-se para a filha.
— Onde fica o “ambiente de pegação aprovado por Carol Grace”? Alan e eu iremos para lá, se isso te alegrar.
— Eeeca!
Carol Grace colocou no prato uma colherada de ovos mexidos e cobriu com um pouco de manteiga e pimenta. Serviu-se também de um pedaço de torrada e duas fatias de bacon.
— Talvez lá fora, no chiqueiro?