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Pacto de paixão - Inocente no paraíso. Maureen ChildЧитать онлайн книгу.

Pacto de paixão - Inocente no paraíso - Maureen Child


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O meu avô pertence a uma geração que acredita em proteger as mulheres e está a fazer-se velho – Melinda suspirou. – Tu vens de uma grande família e tens uma relação muito estreita com os teus irmãos. Essa é outra razão pela qual te contei os meus planos, pois entendes a lealdade familiar.

      – Sim, é verdade – admitiu ele. – Entendo os motivos do teu avô, o que não entendo é por que estás tu disposta a aceitar essa imposição.

      Melinda puxou a bainha do vestido, mas não conseguia que lhe cobrisse os joelhos.

      – Porque o adoro e não quero que se preocupe…

      – E?

      Tinha razão, havia mais uma coisa.

      – E como te disse, uma vez casada terei acesso ao meu fideicomisso.

      – E casando-te comigo, não te preocupará que o teu novo marido fuja com o dinheiro.

      – Exatamente – assentiu ela.

      – E quanto duraria o casamento?

      – Já te disse, dois meses – respondeu Melinda, mais animada. Há meses que esboçava o plano e, de momento, Sean King permanecia sentado diante dela. Não tinha dito que sim, mas também não se tinha levantado e ido embora.

      – É tempo suficiente para convencer o meu avô de que ao menos tentámos.

      – E quando o nosso casamento «fracassar», achas que tentará deixar de te casar?

      – Sim, acho que sim – Melinda mordeu os lábios. – Espero que sim. Estou cansada dos homens que tentam ganhar o favor do meu avô. Além do mais, esta é minha única possibilidade de conseguir o fideicomisso à minha maneira. Serei casada, como ele quer, mas será um marido escolhido por mim e o tipo de casamento que eu quero.

      – Estou a ver.

      A brisa agitava a franja de Sean, levantando-a.

      – Se aceitares, divorciar-nos-emos passados dois meses – prosseguiu Melinda. – Eu conseguirei o meu fideicomisso, tu conseguirás o teu lote e depois divorciar-nos-emos. Que te parece?

      Sean ainda estava convencido que aquela jovem tomava algo que não devia tomar. E no entanto…

      Passando um braço pelas costas da cadeira, estudou-a atentamente.

      Uma noite quente, vinho fresco e uma bela mulher sentada em frente dele. No seu mundo, tudo isso soava lindamente. Melinda Stanford era perfeita. Era linda, disso não tinha a menor dúvida. Mas talvez estivesse um pouco maluca.

      Ainda que isso não significasse que não fosse tomar em consideração a sua proposta. De facto, há horas que matutava nela.

      O seu avô, Walter Stanford, tinha recusado todas as ofertas da construtora. Não estava interessado, por alta que fosse a verba que lhe oferecessem. Ou não lhe interessava mesmo o dinheiro ou estava tão louco como a neta. Mas não, o velho não estava louco. Era muito astuto.

      Walter sabia o que queria e não estava disposto a aceitar menos. Como podia um King criticar isso? Eles faziam o mesmo; jamais aceitavam uma negativa e nunca desistiam quando queriam algo.

      Sean sorriu ao pensar que certamente Walter e ele se dariam às mil maravilhas.

      – Porque sorris? – perguntou-lhe Melinda.

      – O quê?

      – Estás a sorrir.

      Parecia incomodada, como se achasse que se estava a rir da sua oferta. Uma oferta que talvez tivesse feito já a outros homens, pensou então.

      – Quantas vezes já tentaste isto? – perguntou-lhe.

      Melinda franziu a testa.

      – Tu és o primeiro.

      – E porquê eu?

      – Já te disse, tenho andado a ler coisas sobre ti.

      – Sim, mas devias ter decidido antes que eu seria o candidato ou não te terias incomodado a fazê-lo. Ela mordeu os lábios.

      – Eu sabia que o meu avô estava em negociações contigo e quando vi uma fotografia tua numa revista… enfim, pareceu-me que tinhas um rosto afável.

      – Afável? – repetiu ele. – Um gatinho é afável, um velhinho é afável. Os homens, especialmente os King, não são afáveis.

      – Já estou a ver – murmurou Melinda.

      Tinham-lhe chamado divertido, bonito, inteligente e algumas vezes frio ou distante. Mas nunca afável. Que fotografia sua poderia ter-lhe dado essa impressão?

      – Onde viste essa fotografia?

      – Numa revista de mexericos – Melinda tinha corado, como quem se envergonha de reconhecer que tinha lido uma dessas publicações. – Estavas num jogo de futebol com um dos teus irmãos…

      Sean assentiu com a cabeça.

      – Com o Lucas. Todos os anos vamos juntos ao primeiro jogo da temporada.

      Mas se a sua secretária não lhe tivesse mostrado a foto, não teria sabido. Ele nunca prestava atenção aos fotógrafos, sempre pendentes da família King.

      – Na fotografia estavas a sorrir e parecias muito simpático.

      – Bom, isso é melhor do que afável.

      Em geral, Sean tinha uma atitude descontraída nos negócios, algo para o qual os seus oponentes nunca estavam preparados. Mas no que se referia às mulheres, a maioria não o descreveria como afável. Ou, pelo menos, era o que esperava.

      – A questão é que parecias um homem com o qual poderia falar disto e quando descobri que virias à ilha pessoalmente decidi…

      – Decidiste mentir ao teu avô.

      – Não lhe vou mentir porque na realidade casar-nos-íamos.

      Sean teve de dissimular um sorriso. Aparentemente, Melinda Stanford jogava com regras próprias e isso era algo que admirava. Inclusive podia ver que, do seu ponto de vista, ele era o marido temporário perfeito.

      O jantar chegou antes que pudessem dizer mais nada e, durante uns minutos, concentraram-se nos pratos. A comida era excelente, o ambiente melhor ainda e a linda mulher que tinha diante era ouro sobre azul.

      Melinda não parecia disposta a preencher o silêncio com uma conversa incessante e Sean começava a descontrair. Não era um silêncio incómodo, pelo contrário. Era como se fossem uma equipa…

      Uma equipa?

      – Tens vivido aqui toda a vida? – perguntou-lhe.

      – Desde os cinco anos – respondeu ela, voltando a cabeça para o mar. A maré tinha descido e havia um casal a passear pela areia, ao luar. – É uma ilha linda e, como o meu avô não permite que os grandes cruzeiros atraquem aqui, os clientes costumam ser gente endinheirada que procura intimidade.

      – Eu sei – Sean assentiu, sorrindo. – Os King também fazem os seus trabalhos de casa.

      – Então saberás que Tesouro é o lugar perfeito para construir o resort – disse ela, deixando o garfo e a faca sobre o prato.

      – Estou de acordo.

      Era mais que perfeito, quase como se tivesse sido desenhado especificamente para se ajustar aos seus planos. O hotel de Rico no México era muito moderno, lindo e elegante, mas o de Tesouro seria diferente. O seu primo queria fazer algo especial, algo de que todo o mundo falasse.

      E com a construtora King atrás, assim seria. O projeto básico já estava feito, a equipa preparada para partir para a ilha. O único de que precisavam era o beneplácito de Walter Stanford.

      – Também seria bom para Tesouro – disse Melinda. – Temos uma pequena construtora na ilha, o meu avô criou-a há vinte


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