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Desejo Mortal. Amy BlankenshipЧитать онлайн книгу.

Desejo Mortal - Amy Blankenship


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com a mão, tentando ouvir através da espessura do aço. Seus olhos se estreitaram quando a voz de Gypsy foi subitamente cortada no meio da frase.

      Nick estava em pé ao lado dele com o ouvido colado no aço frio. Ele estava tendo um pouco de dificuldade, mas ainda conseguiu ouvir as mesmas coisas que Ren.

      Ren franziu a testa quando ouviu Lacey perguntar a Gypsy sobre um cristal, pouco antes que a sala ficasse em total silêncio, exceto pelo som de seus passos.

      "O que é que um cristal tem a ver com essa história?", perguntou Nick.

      Ren lançou-lhe um olhar que basicamente mandava que ele ficasse calado, antes de fechar os olhos e concentrar-se novamente.

      Gypsy e Lacey sentaram-se no sofá uma de frente para a outra e Gypsy segurou o cristal na palma da mão. Lacey colocou a mão sobre a de Gypsy, prendendo o cristal entre suas palmas, antes de dar um forte suspiro.

      "Conte-me tudo que eu perdi desde quando fui embora", disse Lacey calmamente.

      Ren estava ficando frustrado, esforçando-se para escutar ao mesmo tempo em que tentava aumentar sua distância de súcubo. Apenas fragmentos da conversa delas estavam sendo filtrados agora, como uma má recepção de rádio, e ele de repente percebeu que estava sendo bloqueado por algum tipo de magia. O ar ao redor dele ganhou um pouco de força e sua testa ficou ainda mais franzida, pouco antes que ele desprezasse aquela porta.

      Nick afastou-se da porta confuso: "Não consigo ouvir mais nada agora”.

      "Parece que Gypsy tem algo ali que pode proteger uma conversa pessoal", disse Ren, e seus lábios se comprimiram, agitados. "Elas estão usando magia para nos impedir de ouvi-las”.

      Nick irritou-se com o fato de que o velho Ren tinha sido ludibriado tão facilmente: "Quer dizer que você, com todo o seu poder, não consegue arrombá-la?".

      Ren movia o queixo enquanto atraía o poder do cristal e estendeu a proteção até onde ele estava dentro da barreira. "Eu não disse isso. Será preciso mais do que o joguinho bobo e o truque de beleza de uma garota para me deixar do lado de fora”. Ele se inclinou um pouco mais para perto da porta e olhou para Nick com um sorriso malicioso: "Quer ouvir o que elas estão dizendo?".

      "Ora essa, você acha que eu sou idiota… claro que quero!", respondeu Nick, também com um sorriso dissimulado. Ele não dispensava de forma nenhuma uma espionagem, quando lhe convinha. Na verdade, normalmente ele era profissional nisso.

      Ren acenou-lhe e colocou uma mão no ombro do jaguar, apertando um pouco mais firme apenas por diversão.

      Nick encolheu-se com o aperto forte, mas ignorou isso, enquanto levantava as sobrancelhas até o contorno do cabelo, quando, de repente, ouviu as vozes das mulheres tão claramente como se estivesse na mesma sala que elas.

      "Ótimo!", sussurrou ele com hesitação.

      Gypsy sentou-se de pernas cruzadas no sofá enquanto contava a Lacey tudo o que havia acontecido, começando pela morte do avô. Não tinha demorado tanto tempo quanto ela pensou que levaria para contar a história e, na verdade, ela realmente se inclinou um pouco para frente quando começou a contar a Lacey sobre Nick, Ren e toda a confusão com Samuel. Ela ficou envergonhada quando admitiu o fato de que tinha tido uma ligeira queda por Nick durante anos.

      Do lado de fora da porta, Nick deu um profundo suspiro de satisfação ao ouvir a confissão de Gypsy e fixou o olhar em Ren para ver como ele estava. Foi um pouco decepcionante descobrir que o outro cara estava inabalável.

      "Cale a boca", Ren franziu a testa desejando que Nick parasse de fantasiar tanto sobre ele.

      Nick sentiu muita vontade de rir, mas se conteve, querendo também ouvir o que estava acontecendo dentro da sala.

      No momento em que Gypsy terminou de contar as novidades, Lacey estava esfregando a testa com a mão livre e seu semblante mostrava uma cara fechada, como se ela tivesse uma forte dor de cabeça.

      "Tudo isso e você ainda está viva? E é porque vovô achava que tinha me dado a tarefa mais difícil. Há mais alguma coisa que eu deva saber?", perguntou Lacey cruzando os dedos para que não houvesse mais nada a dizer.

      Gypsy pensou n isso por um momento e, então, lentamente balançou a cabeça: "Não, acho que isso abrange praticamente tudo o que é mais importante".

      "É maravilhoso que a poção da bruxa ainda esteja surtindo efeito", sussurrou Lacey, apertando um pouco mais a mão da prima, antes de levantá-la entre as duas garotas. "E você tentou atirar em um demônio com uma bala de madeira", ela balançou a cabeça com admiração e solidariedade. Coragem e ingenuidade pareciam ser características que ambas tinham em comum. "Estou tão feliz que Michael tenha sido essa pessoa com o poder de curá-la. Eu teria morrido se chegasse em casa e encontrasse você e o vovô… mortos”.

      "Estou bem e você está em casa agora. Você vai mesmo ficar… bem?", perguntou Gypsy deixando que a esperança brilhasse em seus olhos.

      Lacey começou a dizer “não”, mas parou, mordendo o lábio inferior enquanto tentava concentrar-se em algo que sua prima dissera. Erguendo o queixo, ela fixou o olhar em Gypsy, imaginando se ela tinha acabado de encontrar a rede de segurança que estava procurando. Se isso evitasse que os demônios a encontrassem por um pouco mais de tempo, ela não ia reclamar.

      "Espere aí… você estava falando sério quando disse que os demônios não podem entrar neste prédio sem sua permissão?", perguntou ela, sabendo que, quando algo parecia bom demais para ser verdade… normalmente era.

      "É verdade", confirmou Gypsy com entusiasmo. "Nós até testamos o feitiço apenas para conferir se funcionava e, olha… funciona de forma brilhante”. Ela tentou conter o riso quando se lembrou de Nick e Ren sendo enxotados da loja.

      "Sério, essa foi a coisa mais maravilhosa que eu já ouvi durante... hmmm… cerca de um ano", disse Lacey com sinceridade e sentiu aliviar um pouco da tensão dos ombros e das costas. Talvez se ela ficasse, poderia adquirir um pouco mais de tempo antes de enfrentar o Carrasco. "Não me diga que este era um dos feitiços que estavam no cofre durante todo esse tempo?"

      Silenciosamente, ela imaginou se ele tinha saído do mesmo livro de magia que ela sabia que continha o feitiço para neutralizar o poder do símbolo do demônio que ela estava usando agora. Da maneira como ela entendeu… ao lançar um feitiço de distorção na parte superior de seu símbolo do demônio, seria quase impossível rastreá-la. Isso não removeria o símbolo, mas era a segunda melhor opção.

      Ela precisava descobrir para onde eles haviam levado aquele livro. Seu próximo passo seria localizar a mais poderosa irmandade das bruxas na cidade e convencê-las a ajudá-la a realizar o feitiço. O problema era que… alguém havia retirado o maldito livro.

      Gypsy inclinou a cabeça para o lado, preocupada, quando o alívio nos olhos de Lacey transformou-se novamente em preocupação. "Lacey, onde você esteve durante o ano passado? O que aconteceu que a impediu de voltar para casa?"

      Quando Lacey não respondeu de imediato, Gypsy abaixou o olhar até onde as mãos das duas ainda estavam juntas em volta do cristal. "Você precisa saber que o vovô adoeceu de tanta preocupação quando você desapareceu. Ele tentou esconder isso de mim, mas você ficou afastada por tanto tempo que ele ficou finalmente convencido de que você jamais voltaria… de que algo terrível tivesse acontecido com você”.

      Lacey fez uma cara tranquila, sabendo que seu avô era a última pessoa responsável pela confusão em que ela se meteu. Esta situação era atribuída apenas a ela.


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