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Um amor sem palavras. Lucy MonroeЧитать онлайн книгу.

Um amor sem palavras - Lucy Monroe


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em milionários – interveio Andreas, como se isso fosse importante.

      – Tu és multimilionário.

      Pelo menos, no papel. A KJ Software fora um sucesso, como Andreas augurara. A empresa, de que ele possuía noventa e cinco por cento, estava valorizada em mais de um bilhão de dólares. Não estava mal depois de seis anos de sangue, suor, lágrimas e noites em branco.

      A loira assentiu com uma expressão satisfeita, mostrando como apreciava essa distinção. Kayla sabia que ser multimilionário e não um simples milionário também era importante para Andreas. Muito. Afinal de contas, fora por isso que tomara a decisão de assentar. Finalmente, valia mais do que o pai, mas ainda tinha alguma coisa para demonstrar.

      – Não sejas tão literal – queixou-se ele. – A questão é que a menina Patterson…

      – Genevieve, por favor. – O sorriso da loira era pura fachada, sem substância.

      – A Genevieve especializa-se em encontrar a esposa ideal para homens ricos.

      Kayla estava horrorizada e não se incomodou em disfarçar.

      – Não acho que funcione assim.

      – O meu historial fala por si só – indicou Genevieve, num tom de superioridade.

      – Se não fosse assim, não lhe teria pagado vinte e cinco mil dólares de entrada – replicou Andreas.

      Kayla deixou escapar um gemido.

      – Com esse dinheiro, poderias comprar uma supermodelo.

      Ou podia casar-se com a mulher que o amara durante os últimos oito anos e que passara seis à espera em vão. E de graça.

      – O seu chefe não está à procura de uma esposa troféu. Quer encontrar alguém com quem partilhar a sua vida – disse a casamenteira. Claro que essa retórica seria mais convincente se tivesse protestado com a mesma veemência quando Andreas se referira a encontrar uma esposa como o próximo assunto na sua lista de coisas para fazer.

      Além disso, se realmente estivesse à procura da sua alma gémea, não procuraria outra senão a mulher a que chamara amiga durante quase uma década, pois não?

      Não tinham acabado porque não se davam bem. Tinham acabado a relação sexual porque Andreas tinha opiniões muito rígidas sobre as relações pessoais e profissionais. Nunca tinham tido uma relação romântica, mas uma relação de amigos coloridos.

      Kayla pensara que isso estava a mudar, que a sua relação estava a transformar-se em algo mais importante.

      Enganara-se.

      Andreas quisera mudar a sua relação, mas não para algo mais profundo. Queria uma designer de software como pedra angular para a sua nova empresa de segurança digital e deixara bem claro que valorizava a sua capacidade profissional acima da sua disposição de partilhar a cama.

      Achava que superara essa rejeição, mas continuava a ter o poder de deixar o seu coração reduzido a cinzas.

      Tinha de sair dali.

      Fazendo um esforço para disfarçar a emoção por trás da fachada de indiferença que aperfeiçoara durante toda a sua infância, enquanto ia de uma casa de acolhimento para outra, perguntou:

      – E o que faço aqui? Porque precisas de mim?

      – És a minha sócia – disse Andreas, como se isso explicasse tudo.

      – Cinco por cento não me torna uma sócia com voz e voto.

      Era uma velha discussão sobre a qual Andreas nunca cedera, mas a expressão da loira dizia que estava de acordo.

      Andreas franziu o sobrolho. Não gostava que o corrigissem, mas Kayla nunca deixara que isso a detivesse. Pelo menos, quando se tratava do negócio.

      – És a minha sócia e esta mudança vai afetar o negócio. E, portanto, vai afetar-te – explicou Andreas, num tom que não admitia resposta.

      – Porquê?

      Evidentemente, ela não estava incluída no pacote de possíveis candidatas e isso magoava-a, mas esperava que ele não se apercebesse. Então, porque estava tão convencido de que teria algum impacto na sua vida?

      Andreas olhava para ela com o sobrolho franzido, como se dissesse que ignorara alguma coisa. Como ele ignorara que estava apaixonada por ele desde o primeiro dia, embora não tencionasse dizer-lhe.

      – O casamento causa muitas mudanças na vida de uma pessoa e, como o Andreas é o coração e o sangue desta empresa, é evidente que o seu casamento terá um impacto importante na empresa e em empregados como a menina.

      Andreas torceu o nariz. Talvez porque se referia a ela como «empregada» em vez de sócia. Em qualquer caso, não corrigiu Genevieve.

      – Então, vamos entrar na Bolsa? – perguntou Kayla.

      Andreas pensara nisso durante o último ano. Fazer isso transformá-lo-ia num multimilionário a sério, não só em património líquido. E também não seria nada mau. Poderia fundar uma cadeia de refúgios para crianças abandonadas em vez de se conformar com o refúgio local que criara há anos.

      – Não. – Andreas franziu o sobrolho. – Eu não respondo a ninguém.

      Isso também não a surpreendia. Andreas não quereria dar explicações a um grupo de acionistas ou a um conselho de administração. O pai, o armador grego Barnabas Georgas, ditara as ordens até fazer os dezoito anos e não toleraria que ninguém lhe dissesse o que podia ou não fazer.

      – Talvez pudesses vender a empresa, como falámos na nossa primeira reunião. Isso podia libertar-te para procurares a tua noiva – sugeriu Genevieve. – Ter liquidez não danificaria as tuas possibilidades com as mulheres. Tenho a certeza de que conseguiríamos encontrar-te uma aristocrata europeia.

      Uma aristocrata europeia. Mas não dizia que não queria uma esposa troféu?

      Kayla não conseguia respirar.

      – Quer que o Andreas venda a empresa?

      «Para comprar uma princesa?»

      – É uma solução.

      – Uma solução para quê?

      Kayla não entendia o problema. Andreas tinha dinheiro suficiente para fazer o que quisesse sem lhe arrebatar tudo o que passara seis anos a construir.

      – Não pode continuar a trabalhar dezasseis horas por dia – indicou Genevieve. – É parte do acordo que assinou comigo.

      – Assinaste um acordo que limita as tuas horas de trabalho? – perguntou Kayla, atónita.

      – Sim.

      – Isso não significa que tenha de vender a empresa.

      Andreas não cederia nesse aspeto em particular, pois não? Podia não a amar e talvez nunca se tivesse preocupado com ela senão como designer de software, mas importava-se com a empresa. Não era apenas ela que encontrava segurança económica e um propósito na KJ Software. A ideia de a vender era absurda, mas o brilho calculista dos olhos verdes fez com que Kayla cravasse as unhas nas palmas suadas das mãos.

      Durante o último ano, mencionara algumas vezes a ideia de vender a KJ Software, mas Kayla não o levara a sério. Andreas era a seiva da companhia, sim, mas ela era o coração da KJ Software e não poderia continuar a sê-lo se o seu próprio coração parasse de bater. Não percebia isso?

      – Sentes-te bem? – perguntou Andreas, observando-a com preocupação. Kayla não sabia o que responder. O seu mundo explodira. – Fizemos o que decidimos fazer – acrescentou ele, num tom satisfeito, como se as suas palavras não estivessem a rasgar-lhe o coração. – O Sebastian Hawk ofereceu-me uma fusão com a empresa de segurança dele.

      – Uma fusão ou uma aquisição? – perguntou ela.

      Andreas


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