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Meu Irmão E Eu. Paulo NunesЧитать онлайн книгу.

Meu Irmão E Eu - Paulo Nunes


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eles não escutarem nada — sugeriu baixinho.

      Depois, continuou:

      — É aquele cara que estava na noite de Natal conosco em Monte Carlo?

      — Ele mesmo — respondi.

      — Meu Deus, Gaius! Você tem uma sorte para homens bonitos. Quem me dera essas coisas acontecessem comigo!

      Como assim? E meu irmão? Pensei.

      E rimos. Nossas risadas chamaram a atenção de Marcus e Aidan, que nos olhavam curiosos. Olhei-os e dei uma piscadinha de olho para Aidan, que retribuiu sorrindo com a boca fechada. Voltei a conversar com Núbia, quando o garçom deixou na mesa um champanhe Dom Pérignon dentro de um balde de gelo e duas taças emborcadas.

      — Desculpe, Senhor. Nós não pedimos champanhe — disse Marcus ao garçom.

      — É uma cortesia do Senhor Marvel para o Senhor — e estendeu, diante de mim, um cartão dentro de um envelope em tom pastel.

      — Para mim? Obrigado — agradeci a ele.

      Olhei para Marcus e Aidan, que me encaravam curiosos, e abri o cartão.

      “Há tempos não via tanta beleza em um único homem. Espero que goste. Maison”.

      Minha alma deu três pulinhos de tanta alegria. Oh, meu Deus! Um homem está me cortejando. Adoro isso! Pensei. Fechei o cartão e o guardei no terno, sentindo-me poderoso. Todos estavam me olhando curiosos e esperavam que eu dissesse algo.

      — Então, vamos fazer um brinde? — perguntei, tentando disfarçar o sorriso.

      — Não, não! Primeiro diga quem mandou o champanhe — solicitou Núbia, sorrindo, curiosa.

      — Não sei. Foi um homem chamado Maison. Não o conheço.

      — Aidan franziu a testa. Marcus abriu um sorriso. E Núbia fazia cara de inveja branca ao me olhar.

      — Ele foi muito gentil, maninho. E ainda tem muito bom gosto para champanhe. Quando o garçom vier, pergunte quem é e o convide para brindar conosco. É o mínimo que pode fazer — instruiu-me meu irmão.

      Fiz sinal ao garçom pedindo mais três taças e desemborcava as que estavam no balde de gelo, quando Aidan se aproximou e perguntou:

      — Essas abotoaduras são as que dei de presente no ano passado?

      — Sim — respondi, olhando aqueles olhos cor de âmbar que me causavam quentura.

      Ele abriu um sorriso. Adoro quando ele sorri, mostrando-me aquela cara de homem apaixonado. Adoro quando ele se derrete para mim.

      — Estou feliz que esteja usando hoje. E, só mais uma vez, você está lindo! — sussurrou ao meu ouvido, aproximando seu rosto do meu para me beijar a bochecha.

      Adoro quando ele se declara para mim! Pensei e pisquei os olhos três vezes. Enquanto ele falava, senti hálito de álcool em sua boca. Gostei daquele cheiro. Ele tomou o champanhe nas mãos e a abriu. Servia a nós quatro, quando pedi ao garçom que fosse até o Senhor Marvel e perguntasse se ele não gostaria de brindar conosco. O garçom não demorou e caminhava em nossa direção, apontou discretamente para nossa mesa e deixou o caminho livre para Maison chegar. E lá vinha ele. Era um homem maduro, parecia ter pouco mais de cinquenta anos, era gordo e usava cavanhaque. Os poucos cabelos que tinha na cabeça estavam ordenados da esquerda para a direita. Usava um clássico terno cinza com gravata azul. Caminhava devagar em nossa direção, olhando em meus olhos até nos saudar.

      — Boa noite a todos! Peço desculpas se estou interrompendo alguma coisa.

      — Não está interrompendo, Senhor Marvel. Quer brindar o aniversário do meu irmão conosco? — perguntou Marcus.

      — Sinto-me lisonjeado pelo convite.

      — Mas, antes, deixe-me apresentar minha esposa Núbia, e o nosso amigo Aidan. Chamo-me Marcus, e este é o aniversariante da noite, Gaius.

      Ele me olhou e seus olhos verdes brilharam.

      — Muito prazer, Gaius! — e estendeu a mão para me cumprimentar.

      E, depois, comentou:

      — O seu nome é grego, não é?

      — Sim. Foi mamãe quem escolheu. Ela era grega e disse que meu nome é uma versão masculina do nome da deusa Gaia. Nunca estudei muito sobre isso, mas ela sempre disse que eu me parecia com o que essa deusa representa, por isso o escolheu para mim.

      — Talvez, sua mãe estivesse certa — e apertou os olhos com um sorriso leve de boca fechada.

      — Senhor Marvel, por favor, sente-se conosco para brindar — sugeriu meu irmão.

      — Obrigado, Marcus! Mas, por favor, chamem-me de Maison — pediu, sentando-se na cadeira que o garçom tinha trazido.

      Estávamos nós, Marcus e Aidan de um lado da mesa, Maison e eu do outro lado, e Núbia entre nós quatro. Aidan encheu a taça de Maison de champanhe e ergueu a sua, dizendo:

      — Parabéns, Gaius! Hoje, você atinge a maturidade. Queremos desejar a você felicidades, mas não se esqueça de não aprontar muito. Ah, os meus dezoito! Saúde a todos!

      Graças a Deus que ele não me fez nenhum vexame dessa vez!

      Rimos, brindamos e bebemos. Maison dizia que morava em Madri, e que estava em Nova Iorque apenas para um congresso de banqueiros. E, ainda, que ficaria apenas mais uma semana na cidade, e logo voltaria à Espanha. Núbia perguntou em qual banco ele trabalhava, e meus ouvidos foram agraciados com a resposta.

      — Sou vice-presidente do Banco de Madri.

      Uau! O cara é dono de um banco privado, e ainda está me cortejando. Estou gostando disso, meu Deus!

      Olhei para ele e sorri. Ele retribuiu. Nisso, meus olhos viram a testa franzida de Aidan mais uma vez. O que será que ele está pensando? Maison aproveitou que Núbia, Aidan e Marcus conversavam para se dirigir somente a mim.

      — Espero que não tenha sido grosseiro em enviar o champanhe. Vi que você bebia um drink, mas não sabia o que enviar a um homem tão belo.

      Arfei com o galanteio. Meu “eu” interior estava saltitando nesse momento.

      — Não, não foi. Na verdade, quase não bebo. Tomei um drink e essa taça de champanhe, e por hoje é só. Obrigado pelo que escreveu no cartão — respondi, com a voz suave, incentivando-o a continuar flertando comigo.

      — Fiquei receoso de Aidan ou Marcus ser seu namorado. Não sabia que um era seu irmão, e outro era amigo da família.

      — Não. Ele não é meu namorado — comentei, timidamente, volvendo os olhos para Aidan.

      — Gostou do que escrevi para você?

      — Gostei.

      — E tudo é verdade. Há muito tempo não via um homem tão belo quanto você.

      — Obrigado, Maison. Mas vou ficar envergonhado se ficar me dizendo essas coisas — e sorri mais uma vez para ele, jogando charme.

      — Tudo bem. Não é minha intenção constranger você. Mas posso fazer apenas uma pergunta?

      — Pode.

      — Você é solteiro?

      — Sou. E você?

      — Sou divorciado, e tenho três filhas.

      Maison e eu falávamos baixinho, quando meus olhos perceberam Aidan nos fitando de soslaio. Decidi que deveríamos pedir as entradas, e chamei o garçom.

      — Alguma preferência? — perguntei a todos.

      Pedi a ele que trouxesse alcachofras à romana e carpaccio. Não demorou e o cheiro de carne crua chegou à nossa mesa. Todos se serviam, enquanto Maison preparava delicadamente duas


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