A Última Missão Da Sétima Cavalaria. Charley BrindleyЧитать онлайн книгу.
olhou pela trilha. “Talvez.”
Depois da passagem de quarenta elefantes, centenas de cavalos e bois, e mais de mil pessoas, a trilha havia sido reduzida a sujeira pulverizada.
Um soldado a cavalo galopava no lado oposto da trilha, vindo da frente da coluna. O pelotão observou o guia frear seu cavalo até derrapar para que parasse, e então se virar para cavalgar ao lado de um homem que havia acabado de fazer uma curva na trilha.
“Aquele deve ser o cara que está no comando,” Lojab disse.
“Qual deles?” Karina perguntou.
“O homem que acabou de sair da curva.”
“Poderia ser,” Alexander disse.
O homem era alto, e estava em um enorme cavalo de guerra preto. Vinte passos atrás dele estava o oficial alto com o manto escarlate que havia passado mais cedo, e atrás do oficial cavalgavam quatro colunas de soldados, usando brilhantes peitorais de bronze e capacetes combinando. Suas capas escarlates tremulavam na brisa.
O homem no cavalo de guerra trotava enquanto o vigia falava com ele. Ele não chegou a perceber a presença do mensageiro, mas pareceu escutar atentamente o que ele tinha a dizer. Após um momento, o homem no cavalo de guerra disse algumas palavras e enviou o mensageiro galopando para a frente.
Quando o oficial ficou lado a lado com a Sétima Cavalaria, seu cavalo se empinou para o lado conforme estudava o pelotão do Sargento Alexander junto com seu cavaleiro. O oficial demonstrou mais interesse neles do que qualquer um havia demonstrado.
“Ei, Sargento,” Karina falou em seu comunicador, “se lembra daquele general quatro estrelas que veio ao campo de Kandar mês passado para avaliar as tropas?”
“Sim, esse seria o general Nicholson.”
“Bom, sinto que eu deveria ficar em sentido e prestar continência para esse cara, também.”
O homem a cavalo estava sentado reto como uma vareta, e o seu capacete de bronze polido com um moicano vermelho de pelo de javali no topo fazia ele parecer ser ainda mais alto do que os seus um metro e noventa. Ele usava uma túnica assim como os outros, mas a sua era feita de um material vermelho parecido com seda, e era costurada com duas finas fileiras de pontos brancos. As tiras da sua saia de couro eram finalizadas em prata, e o punho de sua espada era ornamentado com prata e ouro, assim como a bainha de sua falcata. Suas botas eram feitas de couro trabalhado e iam até acima de suas panturrilhas.
Sua sela era coberta com pele de leão, e o cavalo usava um pesado peitoral, em conjunto com armaduras de couro nas suas pernas frontais e uma grossa placa de prata em sua testa. O cavalo era espirituoso, o homem tinha que manter as rédeas pressionadas para impedi-lo de sair galopando. O arreio do pescoço possuía uma dúzia de pequenos sinos, que chacoalhavam conforme o cavalo trotava.
“Ele tem, de fato, um certo ar de autoridade,” Alexander disse.
“Se alguém tivesse estribos,” Kawalski disse, “eu deveria ser esse cara.”
Um vigia veio galopando pelo caminho e virou seu cavalo para ficar ao lado do general. Com um movimento rápido do pulso, o general afastou seu cavalo do pelotão e escutou ao relato do escoteiro enquanto eles iam para longe de Alexander e seus soldados. Um momento depois, o general deu algumas instruções ao vigia e o enviou para frente.
O esquadrão de cavaleiros com capa vermelha mostrou mais interesse em Alexander e suas tropas que os demais soldados. Eles eram jovens, de até uns vinte e poucos anos, bem vestidos, e cavalgando bons cavalos. Não tinhamcicatrizes de batalha como os outros homens.
“Eles parecem um bando de segundos-tenentes covardes pra mim.” Lojab cuspiu no chão enquanto os observava.
“Igualzinho aos cadetes assim que saem da academia,” Autumn disse.
Atrás dos cadetes veio outro comboio com grandes carroças de quatro rodas. A primeira estava carregada com uma dúzia de baús pesados. As outras continham fardos de peles com muitos pelos, espadas reserva, lanças, e feixes de flechas, junto com muitos vasos de barro do tamanho de pequenos barris, cheios de frutas secas e grãos. Quatro carroças estavam carregadas até o alto com gansos, galinhas, e pombos piando em gaiolas. Elas eram puxadas por grupos de dez bois.
Assim como os carros, se moviam com rodas maciças, sem raios.
Depois das carroças vieram mais carros de duas rodas, carregados com pedaços de carne e outros suprimentos. Vinte carros apareceram nesse grupo, e eles foram seguidos por uma dúzia de soldados de infantaria carregando espadas e lanças.
“Uau, olhe só aquilo” Kawalski disse.
O último carro trazia algo familiar.
“Eles estão com a nossa caixa de armas!” Karina disse.
“Sim, e os paraquedas laranjas, também,” Kawalski disse.
Alexander deu uma olhada no vagão. “Filhos da mãe.” Ele se jogou na trilha e segurou os arreios dos bois. “Podem parar por aí.”
A mulher que guiava o carro lançou um olhar furioso para ele, depois estalou seu chicote, abrindo um corte no forro camuflado do capacete dele.
“Ei!” Alexander gritou. “Corta essa. Eu só quero o nosso caixote de armas.”
A mulher chicoteou novamente, mas Alexander segurou o chicote, enrolando o couro trançado em seu antebraço. Ele arrancou o chicote das mãos dela, e então avançou.
“Eu não quero te machucar, senhora.” Ele apontou para a caixa de fibra de vidro com o cabo do chicote. “Apenas estou levando o que nos pertence.”
Antes mesmo que ele pudesse alcançá-la, seis homens atrás do vagão desembainharam suas espadas e foram até ele. O primeiro forçou seu braço contra o peitoral de Alexander, empurrando ele para trás. Enquanto Alexander cambaleava, ouviu vinte rifles sendo engatilhados. Ele recuperou o equilíbrio e esticou sua mão direita.
“Segurem!”
O homem que empurrou Alexander apontava sua espada para a garganta do sargento, aparentemente despreocupado com a possibilidade de ser ferido pelos rifles M-4. Ele disse algumas palavras e balançou sua cabeça para a direita. Não foi difícil entender o que ele queria dizer; saiam da frente do carro.
“Ok, ok.” Alexander ergueu as mãos. “Eu não quero que vocês morram por uma caixa de armas.” Enquanto voltava para seus soldados, ele enrolou o chicote no cabo e enfiou em seu bolso de trás. “Abaixem suas armas, caramba. Não vamos começar uma guerra por causa daquela maldita caixa.”
“Mas, Sargento,” Karina disse, “todo o nosso equipamento está lá.”
“Nós vamos pegar de volta mais tarde. Não parece que eles descobriram como abrir—”
Um grito arrepiante veio do outro lado da trilha quando um bando de homens armados com lanças e espadas saiu correndo da mata para atacar o comboio.
“Bom,” Lojab disse, “esse deve ser o Ato Dois desse drama que não acaba nunca.”
Quando os invasores começaram a pegar pedaços de carne e jarros de grãos das carroças, a mulher sacou sua adaga e avançou em dois homens que subiam em sua carroça para pegar a caixa de armas. Um deles sacudiu a espada, fazendo um corte profundo no braço da mulher. Ela gritou, passou a faca para a outra mão, e o atacou.
“Ei!” Kawalski gritou. “Está rolando sangue de verdade!”
Os soldados do comboio correram para se juntar à batalha, agitando suas espadas e gritando. Um dos homens queestava na carroça pulou, arrastando a caixa de armas para o chão. Um soldado de infantaria tentou golpear a cabeça do homem, mas ele se esquivou, e depois avançou,